De acordo com o BE, ainda na recente campanha autárquica em Beja, assinalou que a “principal fonte de insegurança na região é o tráfico humano, do qual os imigrantes são as primeiras e principais vítimas.”

Os imigrantes são hoje cerca de 20% da classe trabalhadora em Portugal e, segundo o BE, têm todos os motivos para participar na Greve Geral do próximo dia 11 de dezembro, convocada pelas Centrais Sindicais, contra um Pacote Laboral que provoca mais precariedade, ao mesmo tempo que exige a “proibição da subcontratação abusiva de tarefas agrícolas e punição dos seus responsáveis, a fiscalização efetiva das condições de trabalho e habitação pela ACT e pelas autarquias, a reposição de um mecanismo permanente de regularização de imigrantes e o fim da escravatura”.

A Operação “Safra Justa”, desencadeada esta semana, pela PJ, também é mencionada pelo BE, afirma que “não é a primeira operação desta envergadura que a PJ lança em plena campanha da azeitona; tal já ocorreu em 2022 e 2023, estando a decorrer um dos julgamentos, o outro terminou sem qualquer condenação” e destaca aquilo que há de novo em 2025, referindo-se à “prisão de mais duma dezena de elementos das forças policiais, que atuariam com milícias patronais ou mesmo como sócios dum esquema empresarial mafioso”.

 

Certo é que centenas de imigrantes foram coagidos a trabalhar muito abaixo do salário mínimo e a viver em condições degradantes, que a PJ classifica como escravatura. A pergunta é: ao serviço de quem está esta mão-de-obra escrava? A resposta é óbvia: basta seguir o rasto das carrinhas e dos autocarros, desde a Cabeça Gorda até às herdades onde os trabalhadores são explorados. 

Para o BE os donos das herdades onde os trabalhadores são explorados têm, definitivamente, de ser “responsabilizados pelo trabalho escravo e outros ilícitos que decorrem nas suas instalações e com os quais lucram, realizando tarefas agrícolas por um preço irrisório, que não daria sequer para pagar salários legais.”

O BE aponta o dedo, como o “maior responsável político por esta situação vergonhosa”, ao governo da AD que, em “conluio com o Chega, acabou com o único mecanismo eficaz para a regularização de imigrantes: as manifestações de interesse.”

Ainda segundo o BE, “não é por acaso que nesta campanha da azeitona há entidades patronais a queixar-se de falta de mão-de-obra e que mais imigrantes, impedidos de se regularizarem, são capturados por máfias que até já recrutam elementos das forças policiais – há muito tempo, aliás, que a PJ e a IGAI denunciaram a infiltração da extrema-direita nas polícias.”

Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.