No texto de apresentação, da autoria de João Matias, é afirmado que a exposição “Gente daqui” tem como objeto as pessoas que fazem o Cortejo Histórico e Etnográfico de Serpa-organizadores, construtores, figurantes e público-e traduz o olhar de Fabrice Ziegler, um dos muitos olhares possíveis, sobre este acontecimento riquíssimo em que praticamente toda a comunidade se revê.

Ainda segundo João Matias, "ao centrar-se nas pessoas, o autor vê o Cortejo da Páscoa essencialmente como uma comunhão coletiva onde toda a gente coopera. É uma manifestação transversal que a todos inclui: não distingue idades, simpatias partidárias, condições sociais, etnias nem profissões."

De acordo com João Matias “o cortejo é feito por homens e mulheres que trabalham durante meses para o organizar e construir, que emprestam as suas alfaias, colaboram com os seus animais, participam com o seu próprio corpo ou com a sua voz, materializando um desfile que, ano após ano, entusiasma os naturais de Serpa-residentes ou ausentes-e os visitantes." 

Contudo, o que definitivamente "marca o Cortejo Histórico e Etnográfico é a sua dimensão coletiva e democrática, corporificada através da cooperação" afirma João Matias.

Neste ano de 2021, o segundo consecutivo em que o cortejo é cancelado por causa da pandemia mundial de covid 19, para João Matias “é fundamental manter viva a memória deste trabalho coletivo que, anteriormente, só por uma vez (1990) não se havia realizado” porque “lembrá-lo hoje é assegurar que ele regressará às ruas de Serpa, assim que os serpenses tiverem condições para voltarem a fazer o tanto que gostam: dar total liberdade à sua imensa e criativa forma de celebrar a vida.”

fotos: Câmara de Serpa e Casa do Cante

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