Autárquicas: Distrital de Beja do Chega admite objetivos “aquém do esperado”
A Distrital de Beja do Chega assumiu que os objetivos traçados para a região nas eleições autárquicas de domingo “ficaram aquém do esperado em algumas autarquias”, apesar do “fortalecimento” do partido como “incontornável” neste distrito.

Em comunicado, o presidente desta estrutura do Chega, Mário Cavaco, considerou que as autárquicas “vieram confirmar o fortalecimento” do partido “como força política incontornável no panorama distrital de Beja”.
O que acontece, continuou, “depois de, nas legislativas de maio, o partido ter conquistado o estatuto histórico de ser o mais votado no distrito, com 27,73% dos votos e a eleição de um deputado”.
“O desafio das autárquicas revelou uma nova realidade, em que o crescimento sustentado do partido é inegável, mas a transposição desse capital político nacional para o poder local ainda exige consolidação e maturação estrutural”, reconheceu.
Segundo Mário Cavaco, que foi candidato à presidência da Câmara de Serpa, não conseguindo ser eleito para o executivo, o Chega “obteve um conjunto de resultados relevantes, elegendo autarcas em diversos concelhos” num distrito “historicamente dominado pela esquerda”.
Ainda assim, voltou a admitir, “é igualmente evidente que os objetivos definidos ficaram aquém do esperado em algumas autarquias, resultado de dinâmicas locais distintas das legislativas e da força de estruturas partidárias tradicionais que ainda se fazem sentir a nível municipal”.
Para Mário Cavaco, “o peso da marca nacional do Chega mostrou-se insuficiente para suplantar décadas de redes locais já consolidadas”.
Contudo, avisou, “o partido demonstrou ser hoje uma alternativa real e credível, com capacidade para disputar o poder e influenciar as políticas municipais”.
Por isso, o presidente da Distrital de Beja do Chega indicou que o futuro do partido na região “dependerá da consolidação de estruturas autárquicas robustas, de um trabalho contínuo de proximidade com as populações e de candidaturas ancoradas em figuras locais de forte reconhecimento”.
O partido tem de “transformar o entusiasmo nacional em raízes locais sólidas, com programas autárquicos claros, centrados em problemas concretos como o emprego, as infraestruturas, a habitação, a água e os serviços públicos”, advogou.
“O desafio para 2029 será transformar o voto de confiança em poder executivo, convertendo o apoio popular em governação local estável e eficaz”, concluiu Mário Cavaco.
De acordo com os resultados provisórios do Ministério da Administração Interna (MAI), no distrito de Beja, votaram para as câmaras municipais 79.158 dos 119.419 eleitores inscritos, numa participação de 66,29%.
Destes, 40,65% votaram PS, enquanto 27,52% escolheram a CDU e 10,91% depositaram os seus votos no Chega.
O PSD, em coligação com CDS-PP e IL, obteve 7,06% dos votos e, em coligação apenas com o CDS-PP, alcançou uma votação de 6,52%, enquanto, sozinho, os sociais-democratas tiveram uma votação de 2,86%.
Foram contabilizados 1.032 votos em branco (1,30%) e 851 votos nulos (1,08%), ainda segundo os dados do MAI.