Autárquicas/Beja: Cinco candidatos à presidência de uma câmara sempre liderada pela esquerda
Cinco candidaturas disputam a presidência da Câmara de Beja, a mais populosa do distrito e que desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976, foi sempre governada “à esquerda”, por coligações lideradas pelo PCP ou através do PS.
Desde 2017 que este município alentejano é presidido pelo socialista Paulo Arsénio, técnico de administração tributária de profissão, que se recandidata ao seu terceiro mandato, com a ambição de dar início, a partir de 12 de outubro, a um “novo ciclo, com a mesma seriedade”.
“Somos uma equipa que tem experiência, que tem saber, que tem conhecimento e que tem vontade. Vamos abrir um novo ciclo e vamos ao combate para o ganhar”, assumiu o candidato socialista, na sua apresentação pública.
Em busca de “recuperar” a presidência da Câmara de Beja, que geriu de 1976 a 2009 e, depois, entre 2013 e 2017, a CDU aposta pela segunda vez consecutiva como cabeça de lista no psicólogo Vítor Picado, atual vereador sem pelouro no município.
Segundo o candidato comunista, a CDU é “a verdadeira alternativa a uma gestão do PS cada vez mais distante das populações e dos interesses do concelho, sem rumo e visão para o seu desenvolvimento”.
A conquista da Câmara de Beja é uma ambição assumida pelo PSD, que se juntou ao CDS-PP e à Iniciativa Liberal na coligação Beja Consegue, que tem como candidato à presidência da autarquia o professor Nuno Palma Ferro.
Vereador sem pelouro no município alentejano desde 2021, Palma Ferro assume que a sua candidatura quer “mudar Beja”, tendo como prioridades a captação de investimento e a fixação de jovens no concelho.
Já o técnico ambiental e agricultor David Catita é o candidato do Chega à Câmara de Beja, tendo sido apresentado pelo partido “como um homem livre, com coragem, raízes, competência e sentido de missão”.
Sob o lema “Melhorar Beja já”, a candidatura do Chega apresenta propostas como a criação de um centro comercial na zona do antigo estádio de futebol da cidade ou a construção de novos bairros para habitação.
Finalmente, o Bloco de Esquerda (BE) tem como candidata à presidência da câmara a economista Madalena Figueira, que entende ser necessária “uma nova política” e “novos protagonistas” para desenvolver a cidade e o concelho.
Entre as propostas já apresentadas pelo BE à população, destaque para a transformação do edifício da antiga moagem, atualmente devoluto, num espaço cultural e a criação do Museu República, Resistência, Revolução e Democracia.
O atual executivo da Câmara de Beja é composto por três eleitos do PS, três da CDU e um da coligação Beja Consegue.
Na assembleia municipal o PS é o partido com mais eleitos, mas não tem maioria absoluta.
As eleições autárquicas estão marcadas para o dia 12 de outubro.
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