De acordo com o Movimento “ao que conseguimos apurar os médicos que prestam serviço na Urgência só voltarão ao trabalho quando lhes forem pagos os vencimentos em atraso, pelo que este serviço continuará encerrado nos próximos dias.”

Na nota de imprensa, o Movimento recorda que “o Hospital de Serpa foi entregue à Misericórdia em 2015 e desde aí que o serviço se tem degradado constantemente nomeadamente com o fecho do serviço de urgência no período noturno desde 2022, (mesmo no período diurno o hospital encontra-se fechado diversas vezes), a ausência de meios complementares diagnóstico e a inexistência de consultas externas conforme estava previsto no Acordo de Cooperação assinado entre o Ministério da Saúde,  a ULSBA e a Misericórdia.”

Para o Movimento “é inadmissível a situação a que este Hospital chegou com a total conivência do Ministério da Saúde que sabendo de todos estes problemas permite a população deste concelho chegue à porta de um serviço de urgência e este se encontre fechado e que os trabalhadores da instituição continuem a ter salários em atraso”

O Movimento de Defesa do Hospital S. Paulo exige que o Governo assuma as suas responsabilidades e reverta de imediato esta unidade hospitalar para o Serviço Nacional de Saúde com todos os profissionais necessários ao seu pleno funcionamento 24 horas por dia.

Contactada pela Lusa, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), Maria Isabel Estevens, confirma que o serviço de urgência está fechado desde sexta-feira, pelas 16:00, reabrindo ainda hoje também a partir das 16:00.

“A SCMS, nomeadamente no que diz respeito à gestão do serviço de urgência tem tido grandes dificuldades em assegurar o horário das 24 sobe 24 horas”, disse.

“Ultimamente e decorrente de um grande esforço, de uma grande gestão e de um grande equilíbrio entre questões obviamente de índole financeira e também de recursos humanos, conseguimos aqui assegurar com alguma periodicidade o horário das 08:00 até às 00:00”, acrescentou.

De acordo com a responsável, esta situação altera-se quando “inesperadamente” um médico não pode estar presente para efetuar escala ou, quando da parte da SCMS, não é possível efetuar os pagamentos “no tempo certo”.

“À data de hoje tivemos urgência a funcionar até ontem (sexta-feira) às 16:00, hoje voltaremos a ter a urgência a funcionar a partir das 16:00, amanhã (domingo) funcionará todo o dia, das 08: 00 até às 24:00, na segunda-feira, em principio, tudo aponta que vamos ter a urgência a funcionar a partir das 16:00”, disse.

Maria Isabel Estevens sublinha que “não é isto” que a instituição pretende oferecer à população, alertando que o serviço de urgência está a funcionar “de forma intermitente” por causa de vários “fatores internos”.

De acordo com a provedora, esses fatores estão relacionados com as “dificuldades” ao nível dos recursos humanos, nomeadamente médicos e com o “equilíbrio” na gestão para cumprir pagamentos.

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