O projeto, coordenado pela a Universidade Técnica de Madrid (Espanha), intitula-se AURORA - Alcançar uma nova Consciência Energética Europeia e envolve nove parceiros de cinco países, indicou hoje a Universidade de Évora (UÉ), em comunicado.

A iniciativa conta com 7.000 cidadãos em cinco localidades da Dinamarca, Inglaterra, Portugal, Eslovénia e Espanha, aos quais vai ser dada “voz ativa sobre a forma como a sua energia é gerada e usada”.

O objetivo é “capacitar as pessoas da Europa a apropriarem-se do debate sobre as alterações climáticas e a reduzirem a sua pegada de carbono”, explicou a academia alentejana que, no âmbito do AURORA, “é um dos cinco demonstradores europeus para transformar o sistema energético”.

De acordo com este projeto de investigação, “a crise climática só pode ser abordada eficazmente se os cidadãos estiverem capacitados” para “um papel muito mais ativo na transformação do setor energético”, contribuindo para “o objetivo ambicioso” da União Europeia de “reduzir as emissões de carbono em 55% no prazo de uma década”, disse a UÉ.

"Vamos contribuir com a implementação de uma comunidade de energia renovável, demonstrando que é possível ser um cidadão de emissões carbónicas reduzidas e ter um efeito replicador”, disse Luís Fialho, investigador da cátedra Energias Renováveis da academia alentejana, citado no comunicado.

Estas comunidades de "cidadãos cientistas" vão financiar instalações fotovoltaicas locais para produzir um total de cerca de 1 megawatt de energia renovável.

A ideia passa por “fomentar comunidades locais de energia, alimentadas por tecnologia fotovoltaica de última geração”, para conseguir “transformar o sistema energético em geral”, de forma a que seja “mais transparente, justo e sustentável”, frisou a UÉ.

Apostado em “tornar a crise climática menos abstrata para os cidadãos”, o projeto vai primeiro consciencializar acerca das "pegadas de carbono" fruto das escolhas energéticas diárias.

“Os cidadãos receberão recomendações personalizadas sobre a forma como [podem] tomar decisões energéticas mais informadas para reduzir as suas emissões” e os resultados vão ser, depois, partilhados com cidadãos por toda a Europa, “com o objetivo de iniciar um movimento de baixo para cima para a mudança”, notou a UÉ.

O AURORA, iniciado no passado mês de dezembro, no âmbito do programa Horizonte 2020 da União Europeia, contempla um investimento de 4,6 milhões de euros, durante os próximos três anos e meio, segundo a universidade portuguesa.

O projeto ambiciona que os cidadãos desempenhem “um papel ativo na transformação” do setor energético e se “tornem simultaneamente produtores e consumidores de energia”.

Além da Universidade de Évora, os outros três demonstradores europeus também vão ser criados “em torno dos campus universitários como centros de inovação social”, enquanto o quinto demonstrador vai ‘nascer’ numa das regiões economicamente mais desfavorecidas de Inglaterra, onde foi declarado o estado de "Emergência Climática" em dezembro de 2018.


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