“Já tiraram as árvores que estavam na zona de implantação do hospital” e, na segunda-feira, começa “a desmatação e decapagem do terreno”, precisou à agência Lusa o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo.

O responsável adiantou que a empresa Acciona, que vai construir o novo hospital, já colocou no local “dois contentores de apoio” aos trabalhos em curso e, “dentro de pouco tempo”, vai instalar o estaleiro e iniciar as obras relativas às fundações.

Segundo a ARS do Alentejo, o projeto do novo hospital envolve um investimento total de cerca de 210 milhões de euros, já que, aos cerca de 180 milhões da construção, se juntam perto de “mais 30 milhões” para “equipamento de tecnologia de ponta”.

O concurso público relativo à empreitada foi ganho pelo grupo espanhol Aciona, em abril do ano passado, tendo a construção sido adjudicada à empresa pela ARS em novembro desse ano e consignada no passado mês de julho.

Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, indicou que a empresa construtora já contactou os serviços municipais “para acertar questões de ordem mais técnica”, incluindo “até de licenciamento”.

“Tem a ver, por exemplo, com as questões relacionados com a rede viária a utilizar” pelos veículos pesados ligados à empreitada ou com “os depósitos de terra que a câmara tem que licenciar”, referiu.

O autarca manifestou-se preocupado com a falta de resposta à proposta de protocolo enviada, em março passado, à ARS do Alentejo, para que a câmara municipal assuma a responsabilidade da construção dos acessos e outras infraestruturas do hospital.

Pinto de Sá notou que o protocolo anteriormente estabelecido entre as partes “está desatualizado”, pois, por exemplo, previa “uma parte do financiamento através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)”, que já terminou.

“Sem um novo protocolo assinado e sem a identificação das fontes de financiamento, o município não poderá a avançar” com a obra, disse, notando que, apesar da falta de resposta, estão a decorrer reuniões para “tratar de aspetos importantes” dessa empreitada.

“Ficou acordado que a câmara seria dona da obra, ou seja, avançaria com a obra das acessibilidades e da redes de água e saneamento e que, para isso, seria feito um novo protocolo com base nos princípios do anterior”, sublinhou.

Já o presidente da ARS do Alentejo salientou que o protocolo existente “está em vigor” e já define que “a câmara não pode ser prejudicada nos investimentos que vier a desenvolver” com os acessos e outras infraestruturas.

No documento, frisou, está “expresso que o financiamento terá que ser garantido à câmara municipal”, pelo que é preciso “ir buscar” as verbas necessárias aos “quadros comunitários ou ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

“Aquilo que está expresso no anterior protocolo não altera em nada aquilo que está combinado, mas, se for considerada a necessidade um novo protocolo, faz-se um novo protocolo”, disse.

Robalo revelou que, para as infraestruturas de saneamento, “já há solução” de financiamento e que, agora, o grupo de trabalho, constituído na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, “está a tentar para as acessibilidades”.

A futura unidade hospitalar, a situar na periferia da cidade de Évora, vai ocupar uma área de 1,9 hectares e ter uma capacidade de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487.

Com 30 camas de cuidados intensivos/intermédios e 15 de cuidados paliativos, a nova unidade vai ter, entre outras das valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.


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