A responsável garantiu que o concurso para o projeto de execução será lançado no início do próximo ano, afastando as críticas da oposição que sugeriam a estagnação do dossiê.
Segundo a governante, a ULSBA “está preparada” para abrir o concurso do projeto no arranque de 2026, seguindo-se, numa segunda fase, o concurso para a obra. Admitiu, no entanto, que os prazos poderão ser influenciados por eventuais impugnações, lembrando que “estas matérias, por vezes, acontecem”. Ainda assim, assegurou que o planeamento está definido e que a unidade dispõe dos recursos necessários para avançar com o projeto.
A ministra explicou que o financiamento para o desenvolvimento do projeto está já contemplado no Plano de Desenvolvimento Organizacional e no Orçamento do Estado. “O hospital não se vai fazer num mês”, afirmou, sublinhando que a empreitada será faseada e terá início logo que concluída a etapa do projeto e o concurso internacional para a construção, um procedimento que classificou como “complexo, mas inevitável”.
Urgências serão requalificadas antes da nova ala
Apesar da prioridade dada à ampliação, a governante frisou que o hospital não pode ficar à espera da obra maior para melhorar condições consideradas “muito deficientes”. Confirmou que o projeto de requalificação do serviço de urgência está concluído e que o Governo espera garantir, durante o próximo ano, uma linha de financiamento semelhante à que permitiu, no passado, investimentos noutras unidades do Serviço Nacional de Saúde.
A ministra foi particularmente crítica quanto ao estado atual das urgências, reconhecendo que a visita a deixou “muito preocupada”, sobretudo pelas condições de trabalho dos profissionais de saúde. “Os doentes são bem tratados, disso não temos dúvidas. Mas estas não são condições de trabalho aceitáveis”, afirmou, sublinhando que não é possível continuar a adiar intervenções essenciais.

“Não podemos esperar mais vinte anos”
Quanto ao calendário global da ampliação, a ministra recusou avançar datas concretas para o início das obras, explicando que o processo está condicionado pelos trâmites legais dos concursos. Realçou, contudo, que o Governo não permitirá novos adiamentos. “Se está parado, leva mais tempo. Não podemos estar mais vinte anos à espera que este hospital seja modernizado”, declarou.
Questionada diretamente sobre as críticas que apontam para a alegada “gaveta” onde estaria o projeto, foi taxativa: “Não está na gaveta. Nem em cima da secretária. Já tem pernas.”
A visita da ministra à ULS do Baixo Alentejo ficou assim marcada por garantias de avanço da ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes e por um alerta claro sobre a urgência de intervir nas atuais instalações, particularmente no serviço de urgência, cuja requalificação é apontada como prioritária e inadiável.

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