Em comunicado, o ICNF dá conta que a monitorização espacial do lince-ibérico está prestes a entrar num “novo nível de sofisticação”.

O projeto está a ser desenvolvido em parceria com a Infraestruturas de Portugal e a empresa Waze, que gere uma aplicação para dispositivos móveis, baseada na navegação por GPS.

As três entidades estão a preparar “um sistema de seguimento capaz de assinalar na aplicação móvel desta empresa [Waze] a proximidade dos felinos ameaçados junto de várias estradas”.

“Para já, o sistema está a ser testado nas estradas nacionais (EN) 122, 123 e no itinerário complementar (IC) 27 [no Alentejo e Algarve]. Os alertas são acionados assim que os animais entram nas áreas virtuais de território com 200 metros de largura, adjacentes às vias, para ambos os lados da faixa de rodagem”, refere o ICNF.

O instituto adianta que a expectativa é que esta nova tecnologia “ofereça um maior grau de proteção dos linces-ibéricos quanto ao risco de atropelamento”, apesar de ser sempre necessária “a colaboração dos e das automobilistas”.

“Tendo em conta que os atropelamentos são a principal causa de mortalidade não natural dos linces e que estas ocorrências também podem constituir perigo para os condutores, é expectável que esta tecnologia possa ter um papel determinante na redução destes acidentes”, defende o ICNF.

Explica, por outro lado, que “o processo de comunicação utiliza um dispositivo que assenta em tecnologia de rede LoRa: de rádio frequência para comunicação a longa distância, com consumo mínimo de energia” e que é a interligação com sensores presentes nas coleiras de seguimento dos felinos que vai permitir localizá-los.

Este sistema de monitorização será “mais sofisticado” e “mais rigoroso”, com “dados transmitidos quase em tempo real”, refere o ICNF, acrescentando que a iniciativa integra o projeto LIFE Lynxconnect, um projeto que tem como objetivo “o aumento da população de lince-ibérico e reforçar a conectividade entre as subpopulações de Portugal e Espanha”.

O ICNF diz ainda que, em parceria ou de forma autónoma, utiliza vários tipos de tecnologias e sistemas na conservação da natureza, destacando “as máquinas de foto-armadilhagem, os dispositivos de monitorização bioacústica, os sistemas de tratamento de dados ou os sistemas de informação geográfica”.


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