A Igreja Matriz​ de Castelo de Vide, esta noite, abre as portas ao concerto «À Volta do Globo: Música Para os Novos Tempos». Fundado em 1963 pela Professora Andrea O. Veneracion (Artista Nacional para a Música, 1999), e atualmente dirigido por Mark Anthony Carpio, os The Philippine Madrigal Singers são reconhecidos pela UNESCO como Artists for Peace. O agrupamento conta com distinções como o European Grand Prix for Choral Singing (recebido em dois anos, 1997 e 2007) — um feito inédito. Foi também o primeiro coro asiático a receber o BrandLaureate Première Award (2012). Mark Anthony Carpio, diretor musical, pianista e contratenor, elevou o grupo a novos níveis de excelência. Sob a sua liderança, venceu competições internacionais de prestígio, como o Florilège Vocal de Tours (2006), o European Grand Prix for Choral Singing (2007) e, em 2017, o Concorso Polifonico de Arezzo.

O repertório do concerto cruza música sacra contemporânea com tradições populares filipinas e expressões culturais de várias regiões da Ásia com as vanguardas europeias. Um alinhamento musical a reunir composições de forte identidade nacional com arranjos corais de canções promotoras do diálogo entre herança e inovação. Gianpaolo Eleria, Eudenice Palaruan, Ryan Cayabyab e Levi Celerio, são alguns dos compositores homenageados no concerto.

De tarde, pelas 15.00 horas, o TSS apresenta a visita ao património subordinada ao tema «”Não Hei-de Dizer Senão a Verdade”: Garcia de Orta no seu Museu». Com ponto de encontro nesta instituição, a atividade conta com a participação de Teresa Nobre de Carvalho, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O Centro de Interpretação Garcia d’Orta, instalado nas antigas Termas de Castelo de Vide — edifício projetado por Ernesto e Camilo Korrodi em 1942 —, evoca um vulto nacional, cristão-novo, nascido na vila e figura maior do Renascimento português. Médico, naturalista e humanista, destacou-se pela sua leitura empírica da História Natural e pela valorização da observação direta. Após exercer medicina em Portugal, partiu para a Índia, onde produziu a obra-prima Colóquios dos Simples e Drogas da Índia (1563).

No domingo, a partir das 9.30 horas, a manhã é preenchida com a visita sob o tema «Entre a Medicina e a Gastronomia: Plantas Terapêuticas e Aromáticas da Serra de São Mamede». Com ponto de encontro no Jardim Grande (Parque João José da Luz)​​, a atividade tem como orientador o biólogo João Farminhão, Investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. A botânica da Serra de São Mamede constitui um tesouro que alia biodiversidade, saber tradicional e potencial científico. Nesta região de transição entre o Alentejo e as Beiras, onde o relevo montanhoso e o microclima mais húmido criam condições únicas, florescem espécies como o rosmaninho (Lavandula stoechas), o alecrim (Rosmarinus officinalis), a erva-cidreira (Melissa officinalis) e a perpétua-das-areias (Helichrysum stoechas). Há muito usadas na medicina popular – em infusões, unguentos e defumações –, estas plantas encerram compostos com propriedades anti-inflamatórias, anti-sépticas e sedativas, sendo hoje objecto de investigação científica e valorização económica.

Em paralelo às atividades do TSS na vila do norte alentejano, decorre um programa de cariz cultural promovido pela Embaixada da República das Filipinas e que inclui o «mercadinho filipino e local», com mostra e prova da gastronomia filipina, animação musical e jogos tradicionais. 

A programação pode ser consultada no site do FestivalTerras sem Sombra. As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.

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