Beja: BE acusa PS de cobardia política e alinhamento com política de apartheid
A retirada de bancos na Praça da República e o encerramento de casas de banho públicas em Beja, levam a candidatura do Bloco de Esquerda aos órgãos autárquicos do concelho a acusar o executivo camarário, liderado pelo PS, de “cobardia política” e de alinhamento, embora de forma “encapotada”, com a “política de apartheid defendida por David Catita”, candidato do Chega.

O BE considera que “inspirando-se na pior linha do Partido Socialista, como é o caso de Ricardo Leão no município de Loures, o executivo de Paulo Arsénio ataca expressamente os mais vulneráveis ao retirar-lhes as condições mais básicas.”
Afirma o BE que o executivo camarário “sob uma explicação atabalhoada e pouco clara, retirou os bancos da Praça da República para evitar que imigrantes e outras pessoas em situação de sem-abrigo aí durmam” e “encerrou parte dos WC existentes na cidade, colocando à porta caixas amovíveis com retretes” e acusa-o de ser “incapaz de disponibilizar balneários públicos, uma necessidade premente dada a existência de moradias sem quaisquer condições de higiene, sobrelotadas com pessoas que aí vivem em condições sub-humanas.”
Para o BE “a falta de uma política municipal coerente de combate à pobreza e de inclusão social é notória e grave” uma vez que “a demissão do executivo nesta área e a delegação das suas responsabilidades em associações de cariz social, revela incompetência técnica e falta de vontade política.”
Os bloquistas apontam ainda o dedo ao Chega, dizem que já sabiam que a única proposta que este partido de extrema-direita tem para Beja “é a colocação dos imigrantes a viverem em contentores, com a ajuda financeira da Câmara, junto às propriedades onde trabalham”, mas dizem também que não sabiam que “salvo melhor explicação, a Câmara de Beja PS, que se recandidata a novo mandato, também alinhava, embora de forma encapotada, na política de apartheid defendida por David Catita.”
A candidatura do BE aos órgãos autárquicos do concelho de Beja apela a uma justificação clara por parte do executivo sobre estas decisões concretas e que estes equipamentos públicos sejam repostos rapidamente
porque, na sua opinião, “as cidades necessitam de infraestruturas básicas para o seu bom funcionamento e para a vida comunitária da sua população. A existência de bancos em espaços públicos chama ao convívio são e ao desejável movimento na cidade, e as casas-de-banho e balneários públicos e gratuitos permitem o acesso universal a condições de salubridade e dignidade, especialmente a quem se encontra em situações de maior vulnerabilidade.”