Arronches: FTSS apresenta concerto em torno de Nossa Senhora e a música espiritual
O Festival Terras sem Sombra apresenta-se, no próximo fim-de-semana, no concelho de Arronches, com o concerto «Sob o Teu Manto: Aspetos da Vida de Nossa Senhora na Música (Séculos XI-XXI)??». A atividade de Património tem como tema «Territórios Rituais: A Arte Rupestre na Freguesia de Esperança», com o arqueólogo e professor universitário Manuel Calado. A atividade no âmbito da Biodiversidade foi cancelada por coincidir com a realização das eleições legislativas.

No mês consagrado a Maria, o concerto de sábado, 17 de maio, pelas 21.30 horas, na igreja matriz de Arronches, exalta a Mãe, a Rainha e a intercessora. Sob a direção musical de Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita conduz os espetadores numa viagem musical que começa na solenidade do canto gregoriano, atravessa os refinamentos da polifonia renascentista, barroca e romântica e desemboca na vibrante linguagem da criação contemporânea. Um périplo ao longo de dez séculos em que a figura da Mãe de Deus se revela sob múltiplas luzes – ora na contemplação serena, ora na súplica ardente –, através de obras de Tomás Luis de Victoria, Gregor Aichinger, Zoltán Kodály, Jeff Enns, Ēriks Ešenvalds, entre outros.
Fundada em 2018 por Nuno Miguel de Almeida, a Schola Cantorvm Colegiada de Cedofeita, sediada na igreja de São Martinho de Cedofeita (Porto), dedica-se à música sacra no contexto litúrgico, combinando grandes repertórios do passado e criação contemporânea. Com vozes maioritariamente femininas, também atua em formação mista, primando pelo rigor estético e espiritual. Lançou em 2021 o ciclo Serões na Música Litúrgica, com nomes de referência neste âmbito. Tem realizado igualmente projetos pouco usuais no panorama musical português, como Tenho Sede (2022) e A Cidade dos Dois Sóis (2024). Interpretou obras de Eurico Carrapatoso e Benjamin Britten. Participa regularmente em festivais nacionais e internacionais, mormente FIMUV e Cistermúsica.
Na tarde de sábado, a anteceder o concerto, a atividade Património convida os participantes a enveredar pela freguesia de Esperança. Com ponto de encontro, às 15.00 horas, no Centro Interativo da Ruralidade de Arronches, a iniciativa tem por mote «Territórios Rituais: A Arte Rupestre na Freguesia de Esperança» e desvela um dos mais notáveis conjuntos de arte rupestre esquemática em Portugal. Datadas do Neolítico e Calcolítico, estas pinturas, com cerca de 5000 anos, oferecem um vislumbre da vida e espiritualidade das comunidades agro-pastoris que habitaram outrora a região.
O Abrigo de Vale de Junco, também conhecido como Lapa dos Gaivões, é o mais emblemático destes sítios. Descoberto em 1914, exibe figuras antropomórficas e zoomórficas, impressões de mãos e símbolos geométricos, predominantemente em tons de ocre vermelho. As representações sugerem cenas de pastorícia e rituais simbólicos, refletindo a organização social e as crenças das populações pré-históricas.
A atividade é orientada pelo arqueólogo Manuel Calado, professor da Universidade de Lisboa, especializado no estudo do Megalitismo e da Pré-História europeus, com especial foco na Península Ibérica.
Toda a programação da presente temporada pode ser consultada no site do Festival Terras sem Sombra. As iniciativas são de acesso livre e gratuitas.