REFLEXÕES PÓS-VOTO

Ao ser sempre a um domingo ou feriado, o dia das eleições é muito mais propicio à reflexão que o, ridículo, dia da dita.

Segundo Nietzsche, a missão da Filosofia no Mundo é danificar a estupidez. Desiderato difícil nesta Europa atual, onde o problema se afigura de uma granítica solidez.

A Humanidade modificou-se com a pandemia oficial, o nível geral de paranoia cresceu exponencialmente. A desconfiança aumentou. Qualquer um pode ser o portador do Mal ou de influências tóxicas. Refere o filosofo contemporâneo Peter Sloterdijk, autor de “La ira y el tiempo”, Ediciones Siruela .

Apesar de decadente, o estilo de vida europeu continua sendo o mais atrativo do Mundo. Aqui, onde a grande maioria da população, devido à debilidade política da Europa, escolheu a resignação e a passividade. Já não acreditamos na política, damos prioridade ao interesse pessoal, á vida privada. E parece-nos que os políticos também dão. No pensamento de Sloterdijk, a ira, a raiva, é o motor da História. Surge quando se impõe a decepção. E a decepção aumenta quando as promessas não se cumprem.

A letargia social e económica em que nós portugueses nos encontramos, esta monótona mediocridade, onde o individuo desaparece engolido pela massa. Um homem-massa, como diria Ortega y Gasset, que se quer submisso e obediente aos ditames de um líder, reverente às suas sacras palavras e irrefutáveis axiomas, cria a pior das formas da demagogia.

Na quinta-feira passada, tive o prazer de ouvir o Professor J. Galopim de Carvalho, numa conferencia promovida pelo Museu do Sembrano e a EDIA. Uma delícia a sua sapiência. Como eminente geólogo nos lembrou que as rochas e os solos tem a sua génese e transformação nas muitas alterações do Clima ao longo dos milhões de anos que o Mundo tem. Apresentou um novo modelo para a orografia do Alentejo. Uma pedi-planície. Não uma peneplanície. Ou seja, mesmo com 91 anos de vida não se abstém de continuar a ser cientista. A questionar. Como ele afirmou e sublinhou, a Ciência nasce da dúvida permanente. As certezas e os dogmas são do domínio da Fé, não da Ciência.

As paixões fortes em politica, levam a distorções da Ciência, logo a más politicas e estas ao sofrimento. A ler “ Apocalipse Nunca ” , de Michael Shellenberger (Publicações D.Quixote)  

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