
I WISH I HAD A RIVER I COULD SKATE AWAY ON
Ainda a viver a guerra sem armas de fogo contra a Covid 19, eis que surge a ofensiva russa na Ucrânia…
Quanto ao vírus, ele continua por aí; em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia, o Miguel Esteves Cardoso diz o essencial numa crónica recente, intitulada “É muito simples”: “Complique-se o que se quiser complicar, a questão da Ucrânia é muito simples e exige de nós uma resposta igualmente simples: estar totalmente do lado da Ucrânia e totalmente contra a Rússia.”
Vivemos tempos com pouca luz e muitas sombras… Cada vez mais, com mais pessoas desumanas, e sem medo. O que poderá acontecer se as pessoas “humanas”, as (ainda) resistentes, perderem totalmente a fé e a esperança?
Três pensamentos a martelar-me a cabeça: 1. “Toda a guerra é baseada no engano”, diz Sun Tzu; 2. Uma afirmação (corroborada pelo comportamento, à vista, de tantas, tantas pessoas) do protagonista da série “House of Cards”, Frank Underwood. Mais ou menos assim: “O poder é muito parecido com o mercado imobiliário. Tudo se resume a localização, localização, localização. Quanto mais próximo estiver da fonte, mais valiosa é a sua propriedade”; 3. E o “velho” prólogo das edições dos livros de Astérix sempre a teimar marcar presença cá dentro: "Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos ... Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor. E a vida não é nada fácil para as guarnições de legionários romanos nos campos fortificados de Babaorum, Aquarium, Laudanum e Petibonum...". Sabemos que Astérix, Obélix e os amigos vivem nessa pequena aldeia e que são eles os resistentes. O druida Panoramix é o “cozinheiro” da poção mágica que lhes dá poder: uma superforça, se bem que temporária. Obélix é o único a tê-la de forma permanente pois, quando era bebé, caiu por acidente dentro do caldeirão da poção.
Não sei onde estará o “nosso” Obélix, o “nosso”Astérix, o “nosso” Panoramix e demais companheiros. Sei que, com ou sem poção, individual ou colectivamente, trate-se de grandes agressões ou de investidas de trato do dia-a-dia, há sempre duas alternativas: resistir ou sucumbir. Pela parte que me toca… bem… lembrando o espírito natalício que celebrámos (ainda só) há 2 meses atrás, I wish I had a river I could skate away on.