
Opinião Atual
Quase Um Ano
Um ano. Um ano inteiro a tentar parar o mundo. A criar regras, com muito pouca criatividade e muitos sacrifícios, como em qualquer religião.
Há muitos anos, nos inícios da aviação comercial, um controlador aéreo, com família em Beja, ao surgirem 7 aviões a pedir para aterrar quase ao mesmo tempo. Aflito, manda a seguinte ordem para as aeronaves:” Pare tudo onde está! A ver se eu me oriento.”
É esta a sensação, de não saber, nem ter ideia de que fazer, transmitida pelos governos do mundo. Uns menos, o nosso mais. Entretanto, os martelados em decretos, sacrifícios pessoais e colectivos a cumprir religiosamente por uns, por outros mais ao de leve. Sempre houve ateus, graças a Deus.
Tendo a noção, ou a convicção, que não será esta doença a extinguir o Homo sapiens sapiens, apesar de matar muito ser humano directa e indirectamente . Preocupa-me o futuro de valores que dão humanidade ao conjunto dos Homens. Á frente de tudo, a Liberdade.
Liberdade de pensar será impossível de limitar, obviamente. Agora a Liberdade de exprimir e debater os pensamentos e as ideias, Pensar e agir fora do caixote “politicamente correcto”, tornará a ser possível? Ou seremos policiados pelos vizinhos, como se agora fizermos “ruído incomodativo do teletrabalho”? Ou nos escapar uma interrogação a por em dúvida o que quer que seja parido pelos sacerdotes dos novos dogmas.
Estamos a criar e a valorizar, uma sociedade de vigilantes / denunciantes de qualquer desvio. Apela-se a isso através das instituições do estado português. Os políticos e os cavalos quando ganham vícios de poder assustando as pessoas é muito difícil que os percam.
Com que modo de lidar com a vida e a morte vamos sair disto? A morte faz parte da vida. Podemos tentar empurrar mais para a frente, mas não se pode eliminar. Acreditar na vida eterna aqui na Terra ou no Céu, são actos de fé, de crença religiosa. E as religiões custam a conviver com a Liberdade. Marx chama-lhes “ópio do povo”, com a parte de razão que cada um tem no que diz.
A saúde ou a riqueza têm gradações . Pode- se ter muita ou pouca. A Liberdade não tem. Ou somos livres, ou somos nada.
“Um senado (democracia) debilitado e um Povo inquieto de medo, aceita de bom grado uma ilusão de liberdade, com a desculpa da prudência e da virtude.” in “ Historia do Declínio e Queda do Imperio Romano “de E.Gibbon
P.S. Falei muito de Liberdade versus Religião .Tenhamos fé em ser livres.