ALTERAÇÕES

As alterações que sentimos na vida em relação ao meio que nos rodeia, são muitíssimo maiores no campo da Geografia Humana e Económico-Social, que no espaço da Geografia Física, de cujas putativas modificações se quer fazer a Humanidade culpada. Enquanto da primeiras não se atribui culpas a Governos e seus patrocinadores, únicos motores efetivos da mudança paisagística.

O romântico desejo de voltar ao mundo de “antigamente” com uma “província” ativa, com lojas de pequeno comércio, com gente a quem cumprimentamos na rua, zonas de veraneio de uma paz revigoradora e um campo bucólico, mas vivo. Esbarra, cada vez mais, por esse Mundo fora com a transformação das cidades em gigantescas áreas metropolitanas e do campo em vastos desertos rurais, vazios de gente e atividade. Não esquecer que o romantismo, enquanto corrente artística/literária surgiu no norte da Alemanha, num meio onde o cristianismo luterano teve um importante papel no desenvolvimento do capitalismo industrial.

Esta carga romântica mudou de religião, passando para a zona das “causas” e do “ativismo”, ladrão destruidor das bandeiras vermelhas da luta proletária e dos desfavorecidos, ao trocá-las por arcos-da-velha multicolor de certa burguesia urbana, dos cobradores pela diferença. O “Trabalhadores de todo o Mundo, uni-vos!” deu lugar a um “Ansiosos de tudo, manifestai-vos.” Provavelmente, muitos supostos líderes das anteriores bandeiras facilmente fazem o aggiornamento aos novos slogans. A outros, que continuam a preocupar-se com o Homem e a sua melhoria das condições de vida, deverá doer na alma. Porque no corpo, as populações há milénios que sofrem as inclemências da Natureza, por exemplo, o rio Amarelo na China mudou o seu curso pelo menos em trinta ocasiões, desde que há registo histórico, rebentando violentamente as margens mais de mil vezes com inundações violentas que deslocaram a sua foz no oceano Pacifico mais de 500 km de distancia, por incrível que pareça, a foz esteve por vezes a norte e noutras a sul da península de Shandong  (maior que a Ibérica). Matando, nestas mudanças de curso repentinas, milhões de pessoas, em tempos recentes 2 milhões em 1882 e 3 milhões em 1937. ( Historia da China , Michael Wood 2020) .Desde aí controlou-se com construção de barragens.

Estes novos “ativistas” julgam que é tão fácil “mudar”, “parar” a Natureza, como é o manipular e “fazer” opinião pública. O prometer um paraíso celestial, uma reencarnação num ser superior ou um Mundo eco-puro, dependendo da obediência urgente e cega dos Homens a mandamentos bizarros ou prudentes, só sossega o coração dos crentes e aumenta o poder de quem os cria.  

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.