Através de comunicados, os dois partidos manifestaram “preocupação” com o encerramento do serviço, pela “importância que representa para o atendimento à população do concelho”, e reforçaram o pedido para que o hospital de São Paulo regresse ao Serviço Nacional de Saúde.

“Ao mesmo tempo que exige a adoção, de imediato, das medidas indispensáveis para a reabertura do serviço de urgência, a Comissão Concelhia de Serpa reafirma a necessidade, há muito defendida pelo PCP, de reversão do Hospital de São Paulo para a esfera de gestão pública”, lê-se na nota dos comunistas.

No comunicado do BE é referido que “fica agora ainda mais claro que a entrega do Hospital de São Paulo à Misericórdia de Serpa foi uma decisão desastrosa do governo de Passos Coelho e Paulo Portas [PPSD/CDS-PP], que há muito devia ter sido revertida”, com o “o regresso da gestão do Hospital de São Paulo, em Serpa, à esfera pública do Serviço Nacional de Saúde”.

O serviço de urgência do hospital de São Paulo, que se encontra sob gestão da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), foi encerrado no domingo devido a um surto de covid-19 detetado na unidade de convalescença e cuidados paliativos, que funciona no primeiro piso do edifício.

O surto infetou todos os 15 internados naquele serviço, além de seis funcionários, e já provocou uma morte entre os utentes.

Em declarações hoje à Lusa, o provedor da SCMS disse que estão a ser feitos “todos os esforços” para reabrir o serviço de urgência “o mais rápido possível”.

“Em cima da mesa”, admitiu António Sargento, está a hipótese de recorrer a equipas médicas de outras instituições para garantir a reabertura do serviço de urgência “com toda a segurança”.

No comunicado do PCP é referido que essa informação foi confirmada pelo deputado João Dias, após contacto com a Unidade de Saúde Local do Baixo Alentejo (USLBA).

“A USLBA informou que, por sua iniciativa, tomou providências para assegurar a manutenção da urgência no Hospital de São Paulo, estando a preparar as condições necessárias para que rapidamente o serviço seja reaberto. Admite, inclusivamente, colocar para o efeito profissionais de saúde da sua responsabilidade até estarem reunidas condições para o retorno ao normal funcionamento do serviço de urgência, da responsabilidade da SCMS”, adianta o PCP.

Na nota do BE é ainda salientado que “a concentração de utentes na urgência de Beja, em plena pandemia, multiplica o risco de contágio de utentes” que não estão infetados com covid-19 “e, por isso, procuram uma resposta de proximidade”.

“Já que os privados desertaram, o BE responsabiliza o Ministério da Saúde, a Administração Regional da Saúde do Alentejo e a ULSBA para que seja encontrada uma solução imediata para a urgência de Serpa no quadro do Serviço Nacional de Saúde”, referem os bloquistas.

O BE acusa ainda a Santa Casa da Misericórdia de Serpa de estar a promover uma “estratégia de esvaziamento” do serviço de urgência, que “há uns meses passou a encerrar à meia-noite, com uma campainha de recurso, e mais recentemente encerra às 20:00”.

“O encerramento da urgência ameaça tornar-se definitivo e vem sendo tentado sob vários pretextos pela SCMS, alegado que este serviço não é rentável. A saúde não tem preço e a pandemia aí está para provar o fracasso da gestão privada deste bem público mais preciso”, lê-se na nota.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.325.744 mortos no mundo, resultantes de mais de 106,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 14.557 pessoas dos 770.502 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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