O deputado comunista Alfredo Maia entregou na Assembleia da República duas perguntas em que solicita esclarecimentos sobre este tema, uma dirigida à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e a outra endereçada ao ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.

Nos documentos, enviados à agência Lusa, é referido que o grupo parlamentar do PCP “teve conhecimento de que a Cruz Vermelha [Portuguesa] vai encerrar em Beja as duas Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI) de que é proprietária”.

Os dois lares acolhem cerca de 60 utentes, que ficam “completamente desamparados” com “o encerramento desta resposta” sem que “as suas famílias tenham possibilidade ou capacidade de encontrar outra solução que garanta os cuidados ali assegurados”.

“Tanto mais que, no distrito, não existe capacidade para acolher os utentes dos lares da Cruz Vermelha, já que os lares existentes com protocolo devidamente estabelecidos com a Segurança Social estão lotados e os que restam são instituições privadas, com preços que estas famílias não conseguem pagar”, afiança o PCP.

E, segundo Alfredo Maia, “além do impacto que o encerramento terá sobre os utentes e suas famílias, serão também afetados 25 funcionários que ali trabalham”, que “perderão os seus postos de trabalho” e ficarão igualmente “completamente desamparados”.

“As razões que levam ao encerramento destes lares serão de ordem financeira” e poderão estar “também relacionadas com a degradação dos edifícios” onde funcionam, isto é, “duas casas ‘senhoriais’ do centro histórico da cidade de Beja”, refere o parlamentar comunista.

Nos documentos entregues no parlamento, Alfredo Maia diz que as contas da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) “estarão a ser alvo de uma auditoria pedida pelo Ministério da Defesa”.

Por isso, o PCP quer saber “que conhecimento tem o Governo da situação descrita em relação ao anunciado encerramento dos dois lares da Cruz Vermelha em Beja”.

E “que medidas vai o Governo tomar para, no imediato, salvaguardar os cuidados aos utentes residentes nos referidos lares da Cruz Vermelha” e para também garantir os postos de trabalho e direitos dos trabalhadores.

Em 24 de janeiro, o presidente da CVP, António Saraiva, disse que a instituição estava a avaliar as condições dos dois lares em Beja e só depois decidiria o futuro destas respostas sociais.

Na altura, António Saraiva reagiu a questões colocadas pela Lusa sobre o eventual encerramento das casas de repouso José António Marques e Henry Dunant, ambas no centro histórico da cidade alentejana e geridas pela CVP.

As duas respostas sociais acolhem, no total, cerca de 60 utentes e contam com 25 colaboradores.

Na altura, António Saraiva disse que as atuais condições dos edifícios que acolhem as ERPI não permitem “prestar a qualidade de serviço” que a instituição pretende.

E deixou a garantia que de que, qualquer que fosse a decisão, a CVP “não deixará ninguém desprotegido”, prometendo acautelar “a situação, quer dos utentes quer dos colaboradores”.


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