PCP denuncia agravamento da situação no Alentejo
A Direção Regional do Alentejo do PCP reuniu-se a 1 de julho para analisar a situação económica e social da região, denunciando a persistência de graves problemas sociais, a ausência de investimento público e o agravamento das desigualdades. No final do encontro, foram anunciadas prioridades de luta, propostas estratégicas para o desenvolvimento regional e a candidatura de António Filipe às presidenciais de 2026.

O PCP acusa o atual Governo, com apoio de PSD, CDS, PS, Chega e IL, de ignorar os problemas do Alentejo e de manter políticas contrárias aos interesses da população. Entre as queixas apontadas estão o desinvestimento nos serviços públicos, os baixos salários e pensões, a crise na habitação e a não concretização de infraestruturas prometidas.
A Direção Regional do Partido saúda, por outro lado, a luta de trabalhadores e populações, com destaque para a manifestação nacional dos trabalhadores da administração local, sublinhando que só a intensificação da mobilização pode abrir caminho a alternativas.
Infraestruturas e transportes: críticas à propaganda e à inação
O PCP critica o anunciado plano rodoviário nacional por falta de calendarização e financiamento claro, bem como a tentativa de PSD e CDS apresentarem obras menores no IP8 como substitutas da A26. Na ferrovia, denuncia a ausência de investimentos concretos e os riscos associados à possível privatização do serviço ferroviário.
Recursos hídricos, saúde e educação sob pressão
A iniciativa “Água que Une” é considerada vaga e com intenções de privatização. No setor da saúde, alerta-se para a falta de médicos, dificuldades na emergência médica e riscos de privatização do novo Hospital Central do Alentejo. No campo educativo, o PCP denuncia as condições degradadas nas escolas e a desvalorização de docentes e técnicos.
Meios aéreos contra incêndios e situação dos CTT
A ausência de helicópteros no Baixo Alentejo preocupa o PCP, que também denuncia falhas graves na distribuição postal, agravadas pela privatização dos CTT, apelando ao regresso do serviço à esfera pública.
Modelo económico criticado
O PCP rejeita o modelo económico “capital intensivo e especulativo” que se tem instalado na região, com especial foco em megaprojetos de monoculturas, exploração mineira e centrais fotovoltaicas de larga escala. A exploração mineira na Lagoa Salgada é classificada como “pilhagem dos recursos nacionais”.
Propostas para o desenvolvimento regional
O Partido propõe instrumentos concretos para o planeamento estratégico do Alentejo: revisão do PROT, plano de infraestruturas públicas, estratégia para a zona de influência de Alqueva e programa específico para Sines. Defende ainda a criação da Região Administrativa do Alentejo e a reprogramação do Alentejo 2030 para corresponder às reais necessidades do território.
Autárquicas 2025 e reforço da CDU
O PCP prepara candidaturas a todos os órgãos autárquicos, reafirmando o objetivo de reforço da CDU como força unificadora da esquerda e dos democratas locais. O processo de elaboração de listas, programas e contacto com as populações será intensificado nas próximas semanas.
Reforço partidário e eventos próximos
A DRA do PCP valorizou o trabalho militante, destacando a campanha por salários e pensões mais justos (com 140 mil assinaturas), a recente Marcha "Cumprir a Constituição" e a preparação da Festa do Avante (5 a 7 de setembro) e do 13.º Congresso da JCP (15 e 16 de novembro).
António Filipe é o candidato presidencial do PCP
No plano nacional, o Comité Central do PCP anunciou a candidatura de António Filipe à Presidência da República. A DRA do Alentejo considera esta candidatura como espaço de convergência para todos os democratas e patriotas comprometidos com a Constituição e com um Portugal soberano e desenvolvido.