O LIVRE começa por afirmar que é “sabido que o comboio é dos meios de transportes mais eficientes pela sua rapidez, segurança, alta capacidade de transporte de pessoas e mercadorias, conforto e baixíssimas emissões de carbono em comparação com o transporte rodoviário” e que “é essencial para democratizar a mobilidade, reduzir a dependência do carro e com isso diminuir a despesa de deslocações”, por isso, é “um agente fixador de populações e promotor da coesão territorial.”

Para o LIVRE “a fraca oferta de transportes públicos está na origem da preferência pelo carro, o que nos faz entender com facilidade a razão do Alentejo ser hoje a região da União Europeia com mais mortes nas estradas.”

Quanto ao motivo para o encerramento do Ramal de Moura, e mais tarde, a ligação entre Beja e Funcheira, o número cada vez menor de utilizadores, o LIVRE contesta e considera que “a verdadeira razão para o encerramento desta componente essencial da Linha do Sul foi negligência, falta de investimento e falta de visão de futuro.”

Construir a ecopista na sua totalidade ou apenas em parte, é decidir para sempre, segundo o LIVRE, “que o Ramal de Moura não será reativado, e que a região que governam não merece integrar uma rede ferroviária que a conecte com a capital do distrito, do país e demais localidades.”

O LIVRE espera que os autarcas e a CIMBAL possam “inverter de imediato a sua estratégia para o Ramal de Moura, abandonando desde já a decisão de converter 7km do traçado ferroviário em ecopista, pugnar pela expansão do projeto de eletrificação da Linha do Sul, exigindo que o Ramal de Moura seja restabelecido” e pede “a requalificação da linha, a requalificação da Ponte Ferroviária do Guadiana (ou, se tal não for possível, a conservação da ponte existente e a construção de uma travessia ferroviária alternativa) e a eletrificação da linha até Moura”

O LIVRE entende também que seria importante promover a expansão da linha com vista a estabelecer uma ligação ferroviária a Espanha, nomeadamente à linha Zafra-Huelva. Um traçado desenhado pela vila de Barrancos (ligação a Jerez de Los Caballeros ou Zafra) seria certamente um “fator fundamental na redução do isolamento desta vila face ao restante distrito (recorde-se que o ensino secundário dos estudantes de Barrancos se faz em Moura, e que atualmente esses alunos estão dependentes de transporte rodoviário público com duração de 1h15/1h20).”

O LIVRE defende que a CIMBAL e as câmaras municipais devem ser os principais interessados na proteção da Linha Ferroviária do Sul e, por isso, recomenda, “uma posição forte e clara contra o encerramento do troço Beja–Casa Branca durante os dois anos de requalificação da linha – é impensável que Beja fique ainda mais isolada do resto do país em termos de transportes públicos. Caso não seja possível evitar o encerramento da linha, a CIMBAL deverá encontrar junto da Comboios de Portugal e do Governo garantias de que este trajeto é assegurado com uma alternativa rodoviária nos mesmos horários e aos mesmos preços da restante ferrovia nacional, onde se inclui o passe ferroviário verde.”

É ainda pedida, por parte do LIVRE, que seja reforçada “a posição já manifestada pela CIMBAL em 2023 de se restabelecer a ligação Beja–Funcheira, que possibilitaria a ligação do distrito de Beja ao de Faro, imediatamente a sul, sem necessitar de uma passagem em Lisboa. Por todas estas razões, esperamos que invertam aquela que tem sido a vossa estratégia de ação até agora.”

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