“Contamos poder ter, em cerca de dois meses, obra no terreno, seguramente ainda no primeiro trimestre” de 2024, afirmou à agência Lusa José Pedro Salema, presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), com sede em Beja.

A assinatura do contrato da empreitada de construção do circuito hidráulico de Monte da Rocha, Ourique, e do novo bloco de rega de Messejana, no concelho de Aljustrel, ambos no distrito de Beja, vai decorrer esta quinta-feira.

A cerimónia, agendada para as 14:30, vai ter lugar no Posto de Observação e Comando do Alqueva, localizado junto do paredão da barragem, sendo presidida pela ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, indicou o Governo.

Na iniciativa, vai estar igualmente presente o secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires.

Em comunicado, o Ministério da Agricultura e da Alimentação revelou que “esta obra permitirá o reforço à albufeira do Monte da Rocha para regadio e abastecimento público, bem como a criação de um novo bloco de rega com 2.330 hectares, nos concelhos de Aljustrel e Ourique”, no âmbito do empreendimento do Alqueva.

“No fundo, é quase um ‘quatro em um’”, acrescentou à Lusa o presidente da EDIA, explicando que, “além do reforço à albufeira do Monte da Rocha, [a empreitada inclui] a ligação direta do adutor à Estação de Tratamento de Água que é origem de água para várias populações”.

Situada no concelho de Ourique, a albufeira do Monte da Rocha assegura o abastecimento público neste município e nos concelhos de Almodôvar e Castro Verde, assim como em parte dos de Mértola e Odemira, todos no distrito de Beja.

No dia de hoje, segundo os dados disponibilizados pela Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, com sede em Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), e que gere a albufeira, o Monte da Rocha apresentava apenas 8% da sua capacidade máxima, um dos mais baixos em todo o país.

“A barragem do Monte da Rocha tem estado em níveis mínimos históricos e, quando a visitamos, é uma visão desoladora, porque está mesmo no fundo dos fundos”, notou José Pedro Salema, acrescentando que, com este investimento, a albufeira “vai ter outra resiliência”.

A empreitada, com um pazo de execução de 21 meses, permitirá ainda “uma ligação direta ao canal que sai do Monte da Rocha e que rega o perímetro já existente de Campilhas e Alto Sado”, servindo cerca de 1.800 hectares nos concelhos de Ourique e Santiago do Cacém e onde acesso à água tem estado muito limitado para a agricultura.


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