“O que está por trás desta produção é uma vontade enorme de trazer o Alentejo a Lisboa e o que é que esta própria viagem, que na verdade é um bocado pessoal, pode significar”, contou hoje à agência Lusa a encenadora Rita Costa.

Segundo o Teatro Ibérico, a peça tem estreia marcada para as 21:00 de quinta-feira e vai estar em cena até dia 17 deste mês.

“Além” tem texto de João Garcia Miguel, a partir de “À Sombra”, um original que Rita Costa escreveu em 2011, juntamente com Lígia Santos, como trabalho final do mestrado em Arte do Ator, que ambas frequentaram na Universidade de Évora.

“[O João Garcia Miguel] pegou nessa peça e manteve parte dela, mas com outra abordagem, com outra noção e até com outra linguagem”, observou Rita Costa.

O caminho que se faz entre a busca do sonho e o “abandono” da terra, do Alentejo para a grande cidade, e todos os desafios que tal implica, marcam o espetáculo.

Assumindo-se como uma “orgulhosa alentejana” natural de Évora, a autora acrescentou que a peça tem por cenário “um quarto de hospital”, espaço “bastante limitado” onde “se trabalha muito a noção do que é que este abandono – da identidade até – nos causa”.

“Ao mesmo tempo, é um revisitar de memórias afetivas e até de infância que nos transportam um bocadinho para esse lugar do sonho e de possibilidade de nos mantermos vivos”, disse.

A produção é interpretada por Helena Baronet e Vanda R. Rodrigues e vai contar também em palco com o grupo coral feminino As Papoilas do Enxoé, de Vale de Vargo, freguesia no município alentejano de Serpa (Beja).

As sessões no Teatro Ibérico serão adaptadas com língua gestual portuguesa e ainda audiodescrição.

“À imagem do fizemos o ano passado com as audiodescrições, este ano decidimos investir também na interpretação em língua gestual portuguesa, porque achamos ser importante tornar o teatro um espaço de encontro e acessível a todos”, justificou Rita Costa.

No último dia da representação, será lançado um livro com o texto da peça e vai decorrer uma conversa informal com as atrizes e a encenadora.

Depois das apresentações em Lisboa, a encenadora admitiu o desejo de levar “Além” aos palcos “fora de Lisboa, inclusive ao Alentejo”, o que “seria muito importante”. 

Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.