Sentiu desde cedo que havia algo em si que a tornava diferente, mas o meio pequeno que facilmente rotulava tudo e todos de alguma coisa e o que lhe era passado nos templos da Igreja Católica, fizeram-na reprimir o que realmente era e sentia ser. Assumir-se como homossexual num meio pequeno foi um desafio duro, mais ainda quando a doutrina católica que a acompanhou desce cedo, lhe passava uma mensagem de diabolização daquilo que sentia.

Íris sente na pele o que é um Baixo Alentejo ainda muito conservador, mas tem esperança que as novas gerações já sejam mais livres para assumir o que sentem. É isso que se nota ao falar com os mais jovens, que são também mais informados.

Nesta conversa fala-se do medo que uma mulher sente em ser diferente “da norma”,  algo que a assustava, mas que agora está resolvido pois deixou de se esconder social e familiarmente, aliás é agora uma ativista da causa LGBTQIA+ porque sabe que enquanto não houver uma total liberdade para todos, o seu sentido de justiça e ativismo estarão alerta.

A conversa com a Íris é distinta de outras ‘mulheres com H’, porque não tendo um extenso curriculum de trabalho ou de causas atingidas, consegue ser um exemplo para tantas outras Íris que tantas vezes reprimem aquilo que sentem e são, trocando-o por uma fachada social em que ninguém ganha. A facilidade passa por sermos o que queremos e sentimos ser e nisso a Íris é uma mulher plena, uma mulher com H.

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