O concerto marcado para as 21.30 horas vai ter como cenário a igreja matriz de Nossa Senhora das Candeias, em Mourão, encaixada no castelo desta vila fronteiriça. «Cantos da Terra: O Eterno Feminino» intitula o concerto entregue à mestria do Quarteto de Cordas da Orquestra da Costa Atlântica, ensemble que reúne os intérpretes David Lloyd e Fabiana Fernandes (violinos), Catarina Gonçalves (viola d'arco) e António Ferreira (violoncelo).

Na noite mouranense, o concerto apresenta três obras que exploram espiritualidade, memória e destino, num convite à introspeção sobre os ciclos da vida e a presença eterna do feminino na arte. A compositora do século XX Florence Price faz-se presente com a peça Adoration uma devoção luminosa e feminina. Por seu turno, um extraordinário compositor do século XIX, Franz Schubert, marca o programa, com o dramático Quarteto n.º 14,A Morte e a Donzela, onde o confronto entre vida e morte é expresso em intensos movimentos, simbolizando o eterno feminino.

De tarde, pelas 15.00 horas, a atividade dedicada aos traços patrimoniais decorre sob o tema «Uma Aldeia da Raia: História e Património de Granja», com ponto de encontro na igreja de São Brás, sob a condução de Vítor Serrão, professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e um dos maiores conhecedores do património artístico de Portugal.

No extremo oriental do concelho de Mourão, Granja cuida de uma herança de séculos. Última povoação do distrito de Évora antes de pisar solo espanhol, esta aldeia alentejana é mais do que um marco geográfico junto à fronteira: é um território de substratos históricos, de memórias e de persistência cultural. Implantada a escassos metros da ribeira de Alcarrache — braço serpenteante do grande lago de Alqueva — Granja é hoje uma das aldeias ribeirinhas do maior lago artificial da Europa.

O lugar remonta ao século XIII, com menções à «Granja do Hospital», administrada então pela Ordem dos Freires do Hospital. O passado da localidade manifesta-se num riquíssimo património: pontes de origem romana e árabe sobre os rios Alcarrache e Godelim, chaminés mouriscas e, sobretudo, o património religioso. A igreja paroquial, do século XVI, destaca-se pela volumetria sóbria e planta rectangular. A poucos metros, a Igreja de São Brás, do século XIV, encontra-se classificada como Monumento de Interesse Público. Completa o conjunto a singela igreja da Misericórdia, no coração da povoação.

No domingo de manhã, pelas 9.30 horas o Festival TSS oferece a atividade de salvaguarda da biodiversidade. «Natureza Animal e Sinal de Identidade: A Raça Brava de Lide» dá o mote à incursão na Herdade da Galeana, numa ação conduzida por Joaquim Murteira Grave, médico veterinário e um dos grandes peritos internacionais no respeitante à conservação e melhoria do gado bravo.

Com ponto de encontro no Largo da Fonte Luminosa, em Mourão, a atividade propõe dar a conhecer uma herdade implantada em perto de 1000 hectares. Uma área privilegiada de montado, sistema agro-silvo-pastoril que combina pastagens, vegetação autóctone – como o sobreiro e a azinheira –, e a criação extensiva de gado. É neste contexto que encontramos o touro bravo, espécie adaptada a este ecossistema, animal com uma estrutura corporal robusta, chifres desenvolvidos, com poderoso instinto de defesa e rara coragem.


Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.