Foto: Justino Engana

A secretária Regional de Lisboa e Vale do Tejo do SIM, Maria João Tiago, deu alguns “exemplos concretos” do impacto da greve nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), citando dados preliminares do segundo dia da greve, que termina na quinta-feira, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos para forçar o Governo a apresentar uma proposta concreta de revisão da grelha salarial, que o ministro da Saúde disse na terça-feira que será enviada hoje aos sindicatos.

Nos hospitais de Évora e Beja “as cirurgias estão paralisadas a 100%”, disse Maria João Tiago, devido à paralisação dos médicos.

Sobre os níveis da adesão à greve, a dirigente sindical estimou que se mantenha na casa dos 90%, uma “forte adesão” que atribuiu “ao descontentamento destes 14 meses de negociação e das condições” de trabalho, que têm levado à saída de médicos do Serviço Nacional de Saúde.

Maria João Tiago referiu que o Sindicato Independente dos Médicos vai entregar hoje à tarde uma carta na residência oficial do primeiro-ministro, António Costa, em que explica as razões desta greve e pretende também sensibilizar para “os problemas” de 1,6 milhões de utentes sem médico de família e para as listas de espera para cirurgias e consultas, muitas vezes a rondar os dois anos.

“Este Governo está lá há sete anos e andamos há 14 meses em negociações, fizemos um protocolo e nunca tivemos uma proposta por escrito. No fundo, na carta vão estas preocupações que o Sindicato Independente dos Médicos tem, para ver se ajuda o senhor ministro da Saúde, o doutor Manuel Pizarro, a negociar com os médicos de modo a garantir que a saúde dos portugueses melhore um pouco”, disse a dirigente sindical, notando que, neste momento, metade dos portugueses já tem necessidade de recorrer a um seguro de saúde privado para poder satisfazer as suas necessidades de saúde.

Questionada se o SIM já recebeu a proposta da grelha salarial dos médicos, Maria João Tiago disse que ainda não, mas disse acreditar que o ministro da Saúde irá enviá-la hoje, para que o sindicato a possa “finalmente” analisar e, se for caso disso, “fazer uma contraproposta, uma negociação”.

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