A apresentação decorreu ontem, em Lisboa, na residência do embaixador da Áustria, o país convidado desta edição, que marca presença em quatro dos dez concertos que abrangem o território alentejano.
O concerto do próximo fim de semana, que abre o certame, tem a marca austríaca, trata-se de um concerto de piano e violino intitulado “Ontem, Hoje, Amanhã: A Música em Tempos Incertos (séculos XIX-XXI)” e protagonizado pelo pianista Johannes Fleischmann e pela violinista Sabina Hassnova.
O concerto realiza-se sábado às 21:30, no lagar da herdade do Marmelo, em Figueira dos Cavaleiros, em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja.
Além do concerto, o programa do fim de semana inclui as áreas de património cultural e de biodiversidade, como habitualmente, com visitas ao Museu Municipal de Ferreira do Alentejo, sobre o mobiliário pintado à mão da região, e à barragem de Odivelas.
O festival, com caráter itinerante, tem previsto realizar concertos e as respetivas iniciativas de património cultural e biodiversidade em Castelo de Vide, Mourão, Beja, Santiago do Cacém, Odemira, Vidigueira, Arraiolos, Montemor-o-Novo, encerrando em Sines, no dia 16 de dezembro, com o Ensemble Giardino di Delizie, sob a direção musical de Ewa Anna Augusrustynowicz.
O FTSS foi, este ano, excluído dos apoios bienais à programação da Direção-Geral das Artes (DGArtes), tendo a sua diretora executiva, Sara Fonseca, em janeiro, dado conta das apreensões quanto ao futuro do festival.
Na altura, Sara Fonseca afirmou à agência Lusa que tal exclusão de financiamento podia “implicar a descontinuidade e, provavelmente, o fim” do evento.
Ontem, em declarações à Lusa, a responsável disse que ficou “surpreendida” com o apoio recebido, nomeadamente dos municípios alentejanos e dos parceiros internacionais e “das pessoas sem rosto”, tendo sido possível montar esta edição.
“Nós tínhamos perspetivado fazer a edição de outra maneira, costumamos programar a dois anos, não foi possível, temos algumas lacunas, que vamos tentar superar; temos uma edição que muito nos honra, continua a ser digna em termos musicais, o critério musical continua a ser elevado e a mostrar o melhor que o Alentejo tem no âmbito do património cultural e da biodiversidade”, afirmou.
Sara Fonseca disse esperar ainda que a DGArtes “possa voltar atrás na sua decisão”, uma vez que foi apresentado um recurso ao ministro da Cultura para “poder ultrapassar algumas lacunas financeiras que o festival vai ter”.
No entanto, Sara Fonseca mostrou-se preocupada com a próxima edição, “que, sem o apoio da DGArtes vai ser impossível [de fazer], não se pode pedir tudo à sociedade civil”.
A edição deste ano tem um “orçamente de cento e poucos mil euros”, que conta com a “ajuda de muita gente sem rosto que diz ‘façam e depois fazemos as contas’”.
“Um orçamento curtinho para o que já foram anos bons do Terras Sem Sombra”, sublinhou.
Sara Fonseca afirmou que “no âmbito da cultura, o Estado tem vindo a deixar que a sociedade civil se empenhe e empenhe financeiramente”, que considera que “não é justo, nomeadamente, num território como o Alentejo”.
Na apresentação em Lisboa, Helena Rocha, da Direção Regional de Cultura do Alentejo, felicitou a organização de "um festival de dimensão internacional", que tem em conta a biodiversidade e a salvaguarda do património e abrange vários públicos e garantiu: "Vamos continuar a apoiar o festival".
Entre os destaques da programação, Sara Fonseca realçou o concerto de abertura, no próximo fim de semana, o “concerto belga”, pelo pianista Oliver de Spiegeleir, “um dos maiores pianistas belgas de todos os tempos”, que se realiza no dia 16 de setembro em Santiago do Cacém, e o ensemble espanhol Cantoria, sob a direção de Jorge Losana, que se apresenta no dia 28 de outubro, em Vila de Frades, na Vidigueira, entre outros.

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