O evento multi e interdisciplinar vai decorrer em Beja, hoje e amanhã, na Mina de São Domingos, no concelho de Mértola, no dia 22 e em Alvito nos dias 28 e 29.

“Esta edição do Futurama volta novamente a afirmar-se como um lugar de criação e de apresentação, que aposta nos cruzamentos artísticos”, explicou hoje à agência Lusa Rita Fialho Valente, coordenadora artística do festival.

De acordo com esta responsável, “os projetos do Futurama trabalham muito com a comunidade escolar e com a comunidade local” e “as pessoas estão muito curiosas com o que aí vem”.

Rita Fialho Valente reconheceu que, tal como nas edições anteriores, um dos destaques do Futurama em 2025 volta a ser o projeto Cantexto, em que grupos de cante alentejano interpretam novas “modas” escritas por autores contemporâneos.

Este ano, os novos poemas foram escritos por Cláudia Lucas Chéu, Lídia Jorge, Miguel Castro Caldas, Pedro Chagas Freitas, Kalaf Epalanga e Luísa Sobral, tendo sido musicados por Ana Santos, Celina da Piedade e Paulo Ribeiro.

A interpretação estará a cargo dos grupos corais de Mombeja, Searas de Vento, Os Camponeses de Pias, Madrigal, Os Ceifeiros de Cuba e Os Boinas.

O projeto Cantexto sobe ao palco no sábado, às 17:30, no teatro Pax Júlia, em Beja, e depois nos cineteatros da Mina de São Domingos, no dia 22, às 16:30, e de Alvito, no dia 29, às 15:30.

O arranque do Futurama 2025 está previsto para esta sexta-feira, em Beja, com a inauguração das instalações artísticas “Brilha – Impressões e escultura sobre a nossa impressão digital” e “O que nos sustenta?”, que os artistas Fidel Évora e Francisco Trêpa criaram, respetivamente, com alunos da escolas Secundária Diogo de Gouveia e Mário Beirão.

Já no sábado, a coreógrafa Sónia Baptista vai apresentar a performance “O Mistér(io) do Futebol”, criada em conjunto com jovens atletas do Clube Desportivo de Beja.

No dia 22, o festival realiza-se na Mina de São Domingos, com a inauguração de uma instalação de Adriana Progranó na praia fluvial da Tapada Grande e do trabalho desenvolvido por Tiago Alexandre com a Universidade Sénior local no cineteatro.

O Futurama 2025 termina nos dias 28 e 29 em Alvito, onde será inaugurada no primeiro dia uma exposição fotográfica criada por David Infante, em colaboração com estudantes da Escola Profissional local.

No dia seguinte terá lugar a iniciativa Constelação, um “encontro informal de partilha sobre práticas orais”, que irá decorrer na Taberna Papa-Borregos.

Durante os dias do festival, o recém-inaugurado Espaço Futurama, em Beja, terá patente a exposição “Vi uma cobra a voar”, de Maja Escher, que parte da poesia popular para invocar “uma relação ancestral” entre corpo, terra e palavra.

O Festival Futurama – Ecossistema Cultural e Artístico do Baixo Alentejo é financiado pela Direção-Geral das Artes e pela Fundação Millennium bcp, assim como pelas câmaras de Beja e de Mértola.

O evento tem o apoio institucional do Plano Nacional das Artes e da Comissão Nacional da UNESCO e o alto patrocínio da Presidência da República.

Criado por John Romão em 2021 com o objetivo de fazer com que a cultura e as artes fossem “uma esperança de futuro para a região”, o Futurama apresenta um “balaço muito positivo”, disse a coordenadora artística do festival à Lusa.

“Temos tido até agora o ‘feedback’ de várias pessoas e várias entidades a elogiar o trabalho que tem sido feito num território como é o Baixo Alentejo, onde muitas vezes é difícil chegarem práticas artísticas mais contemporâneas e de outras linguagens”, frisou.

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