Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu em 26 de novembro de 1948, em pleno oceano Atlântico, a bordo de um navio chamado “Pátria” que viajava de Portugal para Angola. Foi nesta antiga colónia portuguesa que passou a infância e adolescência e começou a interessar-se por música. Filho de beirões, assimilou os ritmos africanos a que juntaria, mais tarde, os das suas origens lusas.


O primeiro grupo de que fez parte chamava-se Os Rebeldes e cultivava, naturalmente, a música pop da altura. Em 1968, com 20 anos, fixou-se em Lisboa para iniciar os estudos universitários (é licenciado em Ciências Sócio-Políticas e frequentou um mestrado em Relações Internacionais) e foi no âmbito do movimento associativo que se revelou como cantor, aproximando-se rapidamente do movimento que já integrava então nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire ou Vieira da Silva – juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio – e que teve um importante papel político e cultural na resistência aos últimos anos do fascismo e no processo revolucionário iniciado com o 25 de Abril de 1974. É impossível dissociar o seu nome de discos tão fundamentais da música portuguesa contemporânea como Por Este Rio Acima, O Despertar dos Alquimistas, Para Além das Cordilheiras, A Preto e Branco ou Crónicas da Terra Ardente. Com Fausto, é toda uma viagem pelo universo dos sons, da memória coletiva, do sentir mais profundo que nos une enquanto comunidade(s).

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