Na iniciativa, Vítor Picado, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Beja, reforçou a ideia de que é tempo de construir uma alternativa capaz de inverter o ciclo de “degradação, imobilismo e descrença” que, segundo afirmou, marcou os últimos oito anos de governação socialista no concelho.

“Damos hoje mais um passo na construção de um projeto que pretende resgatar Beja e o seu concelho de um estado de degradação, imobilismo e descrença como há muito não se via”, afirmou o candidato.

Como exemplo do que considera ser o estado de abandono a que o concelho foi votado, Vítor Picado apontou o local onde decorreu a sessão: uma obra de requalificação da baixa da cidade, promovida anteriormente pela CDU, que inclui uma peça de arte pública da autoria de um dos mais importantes artistas plásticos portugueses, e que se encontra atualmente encerrada e sem utilização.

“Este é apenas um dos muitos exemplos. O estado de abandono da cidade e do concelho é mais vasto e mais profundo”, sublinhou.

O candidato criticou ainda a campanha de comunicação do atual executivo, considerando que “encher a cidade de outdoors a proclamar que foram oito anos a valorizar Beja” não apaga a realidade da estagnação e da ausência de estratégia para o futuro.

“Se este é o conceito de valorização que o PS tem para o concelho, então está mais do que na hora dos bejenses exigirem a mudança”, concluiu.

A CDU promete, nas próximas semanas, apresentar publicamente os nomes e propostas para cada uma das freguesias e aprofundar o contacto com a população do concelho.

“Podem contar connosco. Quando retomarmos a Câmara abriremos, de imediato, procedimentos concursais para dotar os quadros com pessoal operacional que hoje faz falta”, declarou, sublinhando que “o tempo das promessas vazias acabou”.

Paulo Raimundo: “Ganhar para servir, nunca para se servir”

Na parte final da iniciativa, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, tomou a palavra para reforçar o envolvimento do partido na candidatura da CDU em Beja, sublinhando que o projeto autárquico se apresenta “para ganhar, não para se servir, mas para servir”.

Separadamente da dimensão local, Paulo Raimundo abordou temas de ordem nacional e internacional. Criticou as propostas de reforma do Estado apresentadas por outras forças políticas, considerando que estas “não visam resolver os problemas dos trabalhadores, mas sim servir os interesses de sempre”. Defendeu a plena aplicação da Constituição da República, destacando áreas como o direito à habitação, o Serviço Nacional de Saúde e a luta contra o discurso do ódio.

O dirigente comunista alertou ainda para os riscos de instabilidade internacional, afirmando que “Portugal não pode voltar a ser palco de cenários de guerra e de mentiras” e apelando a um “sobressalto democrático” que, no seu entender, se deve manifestar também no plano local: “O país precisa de um sobressalto e Beja precisa de dois.”

A CDU anunciou que irá apresentar publicamente, nas próximas semanas, a totalidade dos seus candidatos às freguesias do concelho e um programa detalhado de propostas para cada território. A coligação garantiu ainda que pretende aprofundar o contacto com a população e promover o envolvimento das instituições, empresas e coletividades locais no debate sobre o futuro do concelho.

 

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