O processo da chamada Reforma Agrária – incluindo ocupações ‘camponesas’, expropriações, nacionalizações e desocupações promovidas pelo Estado – marcou profundamente a paisagem rural do Sul de Portugal entre 1974 e 1995.

O processo da chamada Reforma Agrária – incluindo ocupações ‘camponesas’, expropriações, nacionalizações e desocupações promovidas pelo Estado – marcou profundamente a paisagem rural do Sul de Portugal entre 1974 e 1995. A memória e a investigação sobre este período têm-se concentrado sobretudo em questões de política e história agrária, legislação e posicionamento dos partidos políticos. Contudo, muitas vezes, o papel dos ‘camponeses’ enquanto atores sociais autónomos e portadores de património político tem sido invisibilizado ou romanticizado.

O evento apresenta um projeto de investigação que está a decorrer com o objetivo de lançar uma nova luz sobre estas dinâmicas históricas e sociais, oferecendo uma perspetiva mais completa sobre a Reforma Agrária e os conflitos associados no Portugal mediterrâneo.

Esta iniciativa, agendada para as 21.00 horas, tem como orador Paulo Lima que vai explorar também a «politização quente» destes grupos, incluindo aqueles que se opuseram às mudanças na posse e exploração da terra, configurando uma clara contrarrevolução popular. A análise inclui ainda a violência política dirigida pelo Estado contra trabalhadores rurais integrados em cooperativas e unidades coletivas de produção.

Esta conferência surge integrada no ciclo “Terra e Paisagens no Sul”, promovido pela EDIA, Câmara Municipal de Beja e Direção Regional de Cultura do Alentejo, conta ainda com o apoio da Associação para a Defesa do Património Cultural da Região de Beja e da Universidade Sénior de Beja. 

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