Beja: Festival TSS apresenta “Música para os Fogos-de-Artifício Reais” de Handel
O Festival Terras Sem Sombra (TSS) vai estar, no próximo fim-de-semana, em Beja para apresentar o concerto "Viva a Paz! Música para os Fogos-de-Artifício Reais" de G. F. Handel» com a presença em palco da OCAS – Orquesta de Cámara Solidaria. A ação de património vai destacar "O Ofício de Luthier: Construir Instrumentos de Cordas na Trindade" e a atividade dedicada à salvaguarda da biodiversidade apresenta-se, em Baleizão, com o tema "Sopas, Açordas e Migas: Da Gastronomia Sustentável à Identidade Regional”.
Nesta edição de 20255 o festival TSS apresenta, no concelho de Beja, um programa que entrelaça a grande música, a arte portuguesa na construção de instrumentos musicais e as memórias e identidades da mesa alentejana.
No sábado, a partir das 21.30 horas, o Pax Julia Teatro Municipal recebe "Música para os Fogos-de-Artifício Reais", composta em 1749, é uma das obras mais célebres do alemão, naturalizado cidadão britânico, George Friedrich Handel. Em Beja, é apresentada sob a batuta de Manuel Paz, à frente da asturiana OCAS – Orquesta de Cámara Solidaria, um agrupamento muito conhecido à escala europeia e que tem triunfado nos palcos da China e da América Latina. Na sua origem, a composição foi orquestrada para uma grande banda de metais, percussão e madeiras, refletindo um carácter festivo, vibrante e triunfante. A anteceder os minutos triunfantes de "Música para os Fogos-de-Artifício Reais", o programa inclui um repertório de peças de compositores latinos, entregues à voz da jovem soprano espanhola Hanna del Canto.
No sábado à tarde, a ação de património "O Ofício de Luthier: Construir Instrumentos de Cordas na Trindade" tem como anfitriões José António Cardoso e o seu filho Paulo Cardoso. Dedicam-se ambos à nobre arte do fabrico de instrumentos, neste caso a partir de um atelier a funcionar desde 2005 no meio rural. Iniciaram a atividade como autodidatas na construção de guitarras. Paulo aprofundou conhecimentos com o mestre Infante e juntos aperfeiçoaram a construção e restauro de instrumentos de corda. Hoje, produzem artesanalmente guitarras, violinos, violas campaniças, alaúdes, cavaquinhos, ukuleles e outros instrumentos tradicionais muito apreciados – e muito disputados. Em 2021, lançaram o evento «Artes & Ofícios – Cumplicidades». São também autores do Manual de Construção de Instrumentos, obra em dois volumes (2022 e 2024), pioneira em língua portuguesa.
No domingo de manhã, a ação de salvaguarda da biodiversidade, propõe, em Baleizão, "Sopas, Açordas e Migas: Da Gastronomia Sustentável à Identidade Regional" uma viagem à essência da mesa da região, orientada por Ana de Albuquerque Piedade, professora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Beja.
Baleizão, a terra onde foi ceifada a vida de uma referência do Portugal contemporâneo, Catarina Eufémia, distingue-se pela forte identidade. Possui importantes monumentos religiosos, com realce para a igreja de São Pedro de Pomares, nos matos do Guadiana, onde el-rei D. Dinis esteve a ponto de sucumbir ao ataque de um urso, quando caçava javalis, uma página pouco conhecida da História de Portugal. Baleizão é um lugar orgulhoso das suas tradições, incluindo as da convivialidade à mesa. Neste caso, desafia os participantes na atividade de salvaguarda da biodiversidade a adentrarem-se nos segredos e labores da cozinha alentejana (e, também, a degustarem-na) num espaço icónico, o Clube de Caçadores. Frente aos tachos está António "das Migas", de sua graça António Bexiga, um cozinheiro de mão-cheia, referência da região.
