Beja acompanha forte valorização da habitação no Baixo Alentejo, região com maior subida do país
Os preços da habitação no Baixo Alentejo registaram, no segundo trimestre de 2025, o maior crescimento homólogo entre todas as sub-regiões do país, com uma subida de 38,7% face ao mesmo período do ano anterior, de acordo com os dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O preço mediano de venda dos alojamentos familiares no Baixo Alentejo atingiu 955 euros por metro quadrado, valor ainda distante da média nacional (2 065 €/m²), mas que revela uma aceleração significativa num mercado historicamente menos pressionado. A subida é interpretada como reflexo da procura crescente por habitação fora dos grandes centros urbanos, impulsionada por novos residentes, investimento turístico e melhorias de acessibilidade.
Em Beja, principal centro urbano da região, esta tendência é particularmente sentida nas áreas mais próximas do centro histórico e nas zonas de expansão residencial, onde o preço médio das transações continua a aumentar de forma sustentada. Fontes do setor imobiliário local indicam que o mercado bejense “mostra sinais de consolidação”, com maior dinamismo na procura de habitação nova e reabilitada.
O relatório do INE confirma que, a nível nacional, o segundo trimestre de 2025 foi o mais expressivo desde o início da série estatística (2019), com uma valorização média de 19% e mais de 41 mil transações realizadas. Todas as 26 sub-regiões NUTS III do país registaram aumentos, mas o Baixo Alentejo destacou-se claramente na dianteira, superando zonas tradicionalmente mais dinâmicas, como o Algarve (+21,5%) ou a Área Metropolitana de Lisboa (+21,5%).
Esta valorização, ainda que partindo de uma base de preços mais baixa, reflete o crescimento do interesse imobiliário e turístico na região, bem como o efeito da requalificação urbana e dos investimentos públicos recentes em cidades como Beja, Moura, Serpa e Aljustrel.
Segundo analistas, o movimento poderá representar uma oportunidade para atração de investimento e fixação de população, mas também um desafio em termos de acesso à habitação e planeamento urbano sustentável, sobretudo num território marcado por rendimentos médios mais baixos.
