“As únicas duas propostas que não tínhamos no orçamento inscrevemo-las agora na íntegra”, afirmou à agência Lusa o autarca, mostrando-se confuso em relação ao voto contra do PS, tendo em conta a abertura da CDU para incluir sugestões.
Esta atitude, na opinião do presidente do município, é própria de “política de terra queimada” e revela que os socialistas “querem dificultar o trabalho” dos comunistas na gestão desta autarquia alentejana.
Contactada pela Lusa, a vereadora socialista Sara Grou reconheceu que, desta vez, todas as propostas do PS foram incluídas no orçamento colocado a votação, mas lamentou a falta de diálogo por parte da gestão comunista do município.
“Não houve por parte do executivo em permanência um diálogo, foi tudo tratado basicamente por ‘email’ e acho que não é a forma mais correta de fazermos um trabalho para viabilizar um orçamento que influencia a vida de um concelho”, considerou.
A proposta de orçamento municipal para 2024 foi chumbada em reunião de câmara, pela segunda vez, com a votação que já se tinha verificado no final de novembro, ou seja, com os votos a favor dos dois eleitos da CDU e os votos contra do PS e do PSD.
Nas declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Alentejo revelou que, após o primeiro chumbo do orçamento, pediu aos vereadores da oposição PS e PSD que entregassem propostas de alteração ao documento.
“O PSD mostrou pouca abertura e não apresentou propostas”, enquanto o PS, na resposta à gestão CDU, “não manifestou que posição iria ter na votação e enviou-nos propostas que foram incluídas na íntegra” no orçamento, adiantou.
Segundo o autarca comunista, as duas medidas sugeridas pelo PS que entraram na nova proposta de orçamento eram a criação de plano de comunicação do município e a elaboração de uma estratégia integrada para o turismo do concelho.
“Sempre podemos governar com o orçamento de 2023, mas não podemos abrir novas rubricas e temos, por exemplo, de levar o projeto do posto da GNR, previsto para 2024, à câmara e à assembleia para que haja uma alteração orçamental”, avisou.
Nesse sentido, Luís Miguel Duarte disse que a gestão CDU vai “trabalhar para a câmara ter um orçamento aprovado”, temendo, no entanto, que o chumbo da proposta se repita “tendo em conta o histórico” do PS.
Já a vereadora do PS Sara Grou manifestou disponibilidade dos socialistas para se encontrarem consensos que permitam viabilizar o orçamento para o próximo ano, mas avisou que “tudo depende de haver mais diálogo” por parte da CDU.
“Não estamos a fazer isto de ânimo leve. Não nos interessa que o concelho seja gerido com o orçamento de 2023, sabendo dos problemas que podem advir daí, mas queremos alguma segurança de que as nossas propostas serão executadas”, acrescentou.

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