Segundo APCP o atraso de seis meses na nomeação da nova Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP) faz com que o Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos para o biénio 2021-2022 continue ainda por definir, "com prejuízo para todos os doentes e famílias que deles necessitam, e para todos os profissionais que entendem ser de extrema importância a prestação deste tipo de cuidados".

Nesse sentido considera que é urgente o seu desenvolvimento, até porque, afirma, "o atual contexto da pandemia agravou, e muito, esta urgência, pois além de ter obrigado a uma reorganização de vários serviços, fez com que o apoio ao doente crónico complexo tenha sido claramente prejudicado ao longo dos últimos meses".

Na base de todas as preocupações manifestadas pela APCP está "o acesso imediato" a cuidados paliativos a todos os que deles precisam, "na medida e no momento adequados".

Para a APCP "não basta equipas nomeadas e unidades de internamento projetadas. É urgente, sim, definir pontos estratégicos de curto, médio e de longo prazo e traçar metas realistas profissionais, serviços e Sistema Nacional de Saúde e, fundamentalmente, para doentes e famílias".

Estas preocupações foram manifestadas pela presidente da APCP, Catarina Pazes, e pela vice-presidente, Cândida Cancelinha, numa reunião com a atual CNCP. Nesse encontro foram reiteradas as propostas já expostas à ministra da Saúde, por altura da consulta pública para o Plano de Recuperação e Resiliência, e foi assumido o compromisso de trabalho de colaboração em nome de "uma causa maior": o desenvolvimento dos cuidados paliativos em Portugal.

Para a APCP, a garantia de acesso a estes cuidados passa pelo reconhecimento da sua especificidade e pela necessária especialização dos profissionais a trabalhar na área, que deve ser apoiada, incentivada e validada pelas respetivas ordens profissionais e reconhecida pelas entidades do SNS.

Neste momento a APCP está a preparar um Encontro Nacional de Equipas de Cuidados Paliativos que decorrerá no próximo mês de setembro, para proporcionar uma reflexão e obter contributos concretos dos vários profissionais, para depois serem apresentados à CNCP e ao Ministério da Saúde.

Comente esta notícia

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.