Alunos de Odemira conquistam prémios no Concurso Nacional de Ciência
Quatro alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves de Odemira conquistaram prémios na Mostra Nacional de Ciência de 2025, entre uma seleção dos 90 melhores projetos de todo o país que estava a concurso. O evento decorreu no Palácio da Alfândega, na cidade do Porto.
Um júri constituído por um grupo de investigadores das várias áreas da ciência e tecnologia ouviu as apresentações dos alunos, depois de avaliados os relatórios escritos. O Clube Ciência Viva da Escola Secundária de Odemira – BIGEO, como já acontece há vários anos, marcou presença, este ano com dois trabalhos de investigação, tendo conquistado três prémios.
O “Estudo da regeneração natural de plantas nativas em solos alterados por Acacia longifólia”, da aluna Madalena Oliveira (12º) conquistou o 5º prémio, no valor de 400 euros, e a participação numa Mostra de Ciência em Milão, Itália (I Giovani e le Scienze, 2026). Com orientação das professoras Paula Canha e Daniela Salvador, a aluna partiu do problema da área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina ter vindo a ser invadido pela Acacia longifolia, uma espécie invasora, que altera as caraterísticas físico-químicas e biológicas do solo, colocando a questão se as alterações no solo provocadas pelas acácias permitem a regeneração das plantas nativas a partir de sementes. Os resultados obtidos apontam para a possibilidade de restauro de solos dunares invadidos por acácia.
O estudo “Utilização do micro-habitat de rato-de-Cabrera por outra fauna selvagem”, dos alunos Astride Silva, Bruno Mansos e Madalena Costa (11º) recebeu o prémio de participação numa Mostra de Ciência em Bilbau, Espanha (Zientzia Azoka, 2026). Com orientação das professoras Paula Canha e Zélia Delgado, os alunos estudaram a construção de galerias à superfície do solo, mas protegidas sob a erva alta, complementados com tocas subterrâneas sob arbustos espinhosos, pelo rato-de-Cabrera (Microtus cabrerae), uma espécie protegida de roedor, endémico da Península Ibérica, que vive exclusivamente em arrelvados húmidos, questionando se estes micro-habitats proporcionariam local de refúgio ou alimentação para outras espécies, incluindo aves. Os resultados mostram que há uma utilização do micro-habitat por aves e pequenos mamíferos para alimentação e deslocação, sob a proteção das ervas altas e arbustos.