Aljustrel e Serpa entram no maior estudo sobre a insuficiência cardíaca em Portugal
O maior estudo sobre a insuficiência cardíaca em Portugal vai contar com a colaboração, no Baixo Alentejo, de residentes dos concelhos de Aljustrel e Serpa, já no próximo mês de setembro.
O estudo PORTHOS foi desenvolvido com o objetivo de conhecer o número de pessoas (prevalência) que sofrem de insuficiência cardíaca em Portugal. Trata-se de um estudo essencial para caracterizar a população que sofre desta doença e para auxiliar a planear estratégias de organização de cuidados e políticas em saúde.
Este estudo é promovido pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e a AstraZeneca, em parceria com a NOVA Medical School – Faculdade de Ciências Médicas.
Para os promotores “a participação de todos aqueles que foram convocados é muito importante, pois só assim conseguiremos perceber a realidade da insuficiência cardíaca no nosso país e melhorar os cuidados de saúde às pessoas que sofrem desta doença.”
Estima-se que em Portugal possam existir cerca de
400.000 pessoas com IC. No entanto, esta estimativa baseia-se nos resultados de
um estudo epidemiológico que foi desenvolvido há mais de 20 anos e desde então
verificaram-se várias alterações demográficas, sociais, económicas, políticas e
culturais que influenciaram não só as causas da síndrome de IC, bem como os
métodos para a diagnosticar. Por outro lado, devido ao aumento da esperança
média de vida e ao estilo de vida atual das populações, a incidência da IC tem
tendência para aumentar.
Por todas estas razões, é urgente realizar um novo estudo para caracterizar a população portuguesa com IC, de forma a adequar as melhores práticas e evidências à prevenção, ao cuidado e ao tratamento da IC.
A síndroma de insuficiência cardíaca (IC) é, atualmente, um dos problemas de saúde mais comuns no nosso país e no mundo desenvolvido. Aliás, é a causa mais comum de internamento hospitalar acima dos 65 anos e a sua mortalidade pode chegar aos 50% ao fim de 5 anos.
Considerando que a sobrevida de doentes com IC melhorou gradualmente nas últimas décadas, a sua prevalência está a aumentar constantemente. Além disso, muitos doentes com outras doenças cardiovasculares sobrevivem aos eventos primários, mas acabam por vir a desenvolver IC no futuro.
A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) define a IC como uma síndroma constituída por sintomas, com ou sem sinais típicos de congestão e/ou baixo débito cardíaco, tais como como falta de ar ou pressão venosa jugular elevada, e evidência objetiva (geralmente, ecocardiográfica) de uma alteração estrutural ou funcional do coração em repouso ou em esforço.