Alentejo prepara-se para corrida à presidência da CCDR
Decorridas as eleições autárquicas e já consolidadas, na maioria das Comunidades Intermunicipais (CIM) e associações de municípios, as respetivas lideranças políticas, o centro das atenções desloca-se agora para a escolha do próximo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, I.P. (CCDR Alentejo). A presidência deste organismo, a mais relevante estrutura descentralizada do Estado ao nível regional, assume, por isso, estatuto de prioridade estratégica para os partidos, que começam a posicionar-se discretamente.
O enquadramento legal, definido pelo Decreto-Lei n.º 36/2023, estabelece que o ato eleitoral deve realizar-se nos 90 dias subsequentes às eleições dos órgãos das autarquias locais, sendo a respetiva convocação efetuada pelo membro do Governo responsável pela área das autarquias, com pelo menos 30 dias de antecedência. Estes prazos abrem agora a janela de preparação partidária, com negociações cruzadas e avaliações internas sobre potenciais nomes.
Como se processa a eleição
A escolha do presidente da CCDR Alentejo obedece
a um modelo indireto.
Primeiro, o Conselho Regional procede à eleição interna de um candidato,
nos termos dos artigos 13.º e 14.º do diploma que reorganizou as CCDR. Só após
este momento é que o Governo confirma a escolha através de resolução do
Conselho de Ministros, formalizando a nomeação.
O colégio eleitoral reúne autarcas de toda a região: presidentes de câmara, presidentes de assembleia municipal, vereadores e deputados municipais e entre estes, os presidentes de junta de freguesia, que desempenham um papel numericamente determinante.
Um universo eleitoral superior a 1.200 autarcas
Os números apurados em processos anteriores
ilustram bem a dimensão do colégio.
Em 2020, o edital da Direção-Geral das Autarquias Locais apontou para 1.288
eleitores na região.
A CCDR, em balanço institucional recente, referiu 1.263 autarcas, dos
quais 993 pertenciam às assembleias municipais, deputados municipais e
presidentes de junta, completados pelos executivos camarários.
Nos próximos dias, deverá assistir-se ao anúncio de candidaturas e à definição de alianças que irão determinar quem liderará a mais importante instituição de administração regional descentralizada do Estado, responsável por coordenar políticas públicas, gerir fundos europeus e projetar o desenvolvimento estratégico da região.
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