Em declarações à Lusa, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que Portugal "precisa de ter programas de qualificação mais adequados ao setor", estimando-se que nesta área de atividade faltem cerca de "cinco milhares" de recursos humanos diferenciados.

Eduardo Oliveira e Sousa criticou a "ausência de políticas públicas consistentes e adequadas" para o setor agrícola, apontando que "há muitos anos" que o Estado português, com algumas exceções, "não encara" a agricultura "com a devida consideração".

Para o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, são necessárias medidas que permitam promover "uma maior mobilidade transnacional dos trabalhadores".

Estima-se que neste setor falte cerca de 80 mil recursos humanos.

"Estamos a falar da criação de mecanismos que permitam às empresas fazer uma gestão mais dinâmica e eficiente dos seus recursos humanos e estamos a aguardar a publicação da alteração da nova legislação relativa aos vistos, a qual se espera poder dar um contributo positivo para a resolução dos problemas que temos identificado", refere o responsável.

Por exemplo, o diretor-geral da GesConsult, Nuno Garcia, defende a criação de incentivos para atrair profissionais da construção civil que estão fora do país, setor que sofre "transversalmente com a falta de recursos humanos".

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) manifesta-se preocupada com a escassez de recursos humanos no turismo, nomeadamente nos setores que representa, e recorda que já apresentou propostas neste âmbito.

A AHRESP acredita que a "imigração faz parte de uma solução abrangente de medidas" para mitigar a falta de recursos humanos no turismo, com a secretária-geral, Ana Jacinto, a congratular-se "com os passos dados pelo Governo", nomeadamente no que respeita à "agilização dos vistos para os imigrantes" provenientes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para a responsável, "a solução para a escassez de trabalhadores no turismo não é uma via de sentido único, mas sim uma responsabilidade partilhada por todos e que é preciso agir em várias frentes", sendo que "é fundamental que as empresas tenham capacidade para gerar riqueza, para poderem oferecer melhores condições aos seus colaboradores, pois apesar da retribuição financeira não ser o único tópico a ter em conta no leque de soluções para o problema, é sem dúvida um ponto incontornável".

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