Em comunicado, o município recordou que o nome da freira Mariana Alcoforado tem sido associado ao longo dos anos à obra “Letres Portugaises traduites em François”, ou “Cartas Portuguesas”, publicadas em Paris (França), em 1669.

Para assinalar os 300 anos da morte da freira Mariana Alcoforado, estão a ser agendadas várias iniciativas culturais, destacando-se a exposição “Mariana Alcoforado - Entre o amor à cidade e a cidade do amor”, que vai estar patente ao público no Centro de Arqueologia e Artes de Beja.

A mostra vai ser inaugurada no dia 16 de setembro e vai estar patente ao público até ao dia 30 de dezembro.

A exposição divide-se em duas áreas complementares, uma bibliográfica que conta a história de Mariana Alcoforado e do livro “Lettres Portugaise traduites en François” e a outra artística que dá uma “visão abrangente” de como os artistas se debruçaram sobre o tema, desde Matisse a Lima de Freitas, sem esquecer os artistas da região.

A autarquia vai ainda recordar a forma como a cidade se “afeiçoou” às cartas de amor e desenvolveu o tema nas mais diversas manifestações culturais que vai apresentar.

A exposição conta com curadoria de Marta Páscoa e Paulo Monteiro e design gráfico de Manuel Paula.

“Na senda de Mariana e das suas belas cartas, esta exposição pretende demonstrar o amor que Beja lhe teve, de como despertou paixões entre mecenas e avivou o mercado da bibliofilia e das artes Portugal e em Beja, cidade que em sua homenagem poderá ser invocada como ‘Cidade do Amor’”, lê-se no comunicado da câmara.

Como recorda o Museu Regional de Beja, “Mariana Alcoforado foi uma das religiosas da Ordem de Santa Clara, do Convento da Conceição de Beja, local onde atualmente funciona o Museu Regional da cidade”.

Natural de Beja, nasceu a 22 de abril de 1640, entrou na clausura com 11 anos, vindo a professar aos 16. Morreu em 28 de julho de 1723, segundo a biografia disponível no museu.

“A sua vocação religiosa seria posta à prova quando conheceu o cavaleiro francês Noel Bouton, marquês de Chamilly, que estava em Portugal com as suas tropas, envolvido na guerra da Restauração. Entre os dois surgiu um amor impossível, do qual as ‘Cartas Portuguesas’ são um belíssimo testemunho”, pode ler-se no ‘site’ da editora Tinta-da-China, que publicou este ano uma edição da obra atribuída a Alcoforado.

No entanto, como lembra a editora, “as ‘Cartas’ têm sido até hoje alvo de grande controvérsia no que diz respeito à sua autoria”.

“A existência de Mariana Alcoforado e do Marquês de Chamilly e o facto de as cartas serem dirigidas a este último são indubitáveis. Aquilo que se discute é a atribuição da autoria dos textos a Soror Mariana Alcoforado e a sua autenticidade”, refere a editora.


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