Os números foram confirmados à agência Lusa pela vereadora da Câmara de Odemira com o pelouro da Ação Social, Isabel Raposo, que adiantou que no próximo domingo “há a perspetiva de chegarem mais quatro famílias”.

“E ao longo das próximas duas semanas poderão chegar” ao município do litoral alentejano “mais cerca de 40 famílias no total”, disse.

O processo de acolhimento de refugiados ucranianos em Odemira partiu da iniciativa de alguns cidadãos ucranianos que residem no concelho e que entraram em contacto com o Instituto de Nossa Senhora de Fátima (INSF), de Vila Nova de Milfontes.

Duas das famílias que entretanto chegaram, duas mulheres e quatro crianças dos 6 aos 14 anos, foram acolhidas no Colégio de Nossa Senhora da Graça, propriedade do instituto.

“A primeira família chegou na quinta-feira [03 de março], ao final da tarde. A outra família que temos instalada no colégio chegou na segunda-feira”, 07 de março, contou à Lusa o padre Manuel Pato, que é também vice-presidente do INSF.

Além destas duas famílias, o INSF está igualmente “a acompanhar”, na freguesia de Longueira/Almograve, mais 19 refugiados ucranianos, que têm sido apoiados por empresas locais.

Para Manuel Pato, esta tem sido uma experiência “bastante intensa”, uma vez que estes refugiados chegaram “completamente destroçados”.

O pároco destacou ainda o “estado de exaustão tremenda” que todos os refugiados acolhidos manifestavam depois de “cinco dias a chegar à Polónia, debaixo de frio”, e de “mais três ou quatro dias para chegar a Milfontes”.

“Mas o que mais me impressiona são as crianças. Uma delas chegou com queimaduras no rosto devido ao frio… É tremendo, não há explicação”, frisou.

A maioria das famílias acolhidas no concelho de Odemira fugiu da Ucrânia através da fronteira com a Polónia, que será também o “canal de passagem” dos refugiados esperados nas próximas semanas.

Até lá, a Câmara de Odemira vai promover um trabalho “de colaboração” com outras entidades, nomeadamente das áreas da saúde, da educação e do emprego, para proceder à “caracterização” destas pessoas.

“Queremos ver qual é a idade das crianças para podermos enquadra-las no respetivo nível de ensino e até as habilitações profissionais da mães e dos adultos que acompanham as crianças, para depois, numa segunda fase, vermos como é que podemos enquadrá-las no mercado de trabalho”, explicou a vereadora Isabel Raposo.

De acordo com a vereadora, o objetivo é vir a ter “uma resposta multidisciplinar para responder às diferentes necessidades desta comunidade, que está bastante vulnerável” e que vai precisar de apoio “para melhor se enquadrar no concelho”.


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