“Estimamos este ano para o país uma produção total de 20.000 toneladas de miolo de amêndoa, um acréscimo de 20% em relação à campanha anterior”, indicou à Lusa o diretor executivo da Portugal Nuts, António Saraiva, citando uma análise realizada entre a associação e o Centro Nacional de Competências de Frutos Secos (CNCFS).

Esta evolução é justificada pela entrada em produção de novos pomares na zona do Alentejo.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) antecipam também um aumento de produção de 15% em Trás-os-Montes.

A campanha foi “muito difícil” para os produtores devido à seca, tendo ficado ainda marcada por ondas de calor, prejudiciais para as condições de trabalho.

No caso do regadio, conforme ressalvou António Saraiva, os efeitos “foram menores, mas não negligenciáveis”, tendo em conta que a falta de precipitação e as altas temperaturas obrigaram a regar mais, agravando os gastos.

“Para os produtores que regam na barragem do Alqueva, acresce o facto de serem sido definidas dotações máximas por cultura este ano, que, no caso da amêndoa, se situam aquém das necessidades reais da cultura nas condições atuais”, precisou a Portugal Nuts – Associação de Promoção de Frutos Secos.

Os produtores tiveram assim que reduzir os períodos de rega, “o que se traduz em quebras de produtividade”.

António Saraiva lembrou ainda que a necessidade de rega não se esgota na colheita, de modo a não comprometer a campanha seguinte.

“Com as restrições referidas, muitos produtores já não estão em condições de efetuar estas imprescindíveis regas, o que com a recente onda de calor vem potenciar os efeitos negativos sobre a produção do próximo ano. Neste sentido, após contacto com as entidades responsáveis, estamos na expectativa de que sejam sensíveis a estes argumentos e façam algum ajuste que permita evitar perdas acrescidas”, vincou.

A Portugal Nuts foi criada em 2020 e reúne mais de 40 associados produtores e processadores.

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