Foto: Justino Engana

“Estamos a trabalhar para encomendar, a uma instituição credível, um estudo sobre a rede hospitalar que desejaríamos ter em 2030. Algo que permita dar coerência ao conjunto de decisões que temos tomado”, disse Manuel Pizarro.

No Porto, em declarações aos jornalistas, o ministro da Saúde deu exemplos do que o estudo poderá abarcar e estabeleceu este ano como prazo para conclusões.

Questionado sobre se este estudo poderá levar a encerramentos, Manuel Pizarro garantiu: “Estamos mais concentrados na requalificação e nas aberturas de novos espaços do que nos encerramentos”.

Salvaguardando que “há muitas decisões que foram já tomadas de forma casuística e são boas decisões”, Manuel Pizarro disse que “é absolutamente claro” que o país precisa de “atualizar a rede hospitalar”.

“Vai avançar o Hospital de Lisboa-Oriental. Está em construção um novo Hospital Central do Alentejo. Vai avançar o novo Hospital do Algarve ou o novo Hospital do Oeste. Mas temos noção de que há muitos outros espaços que precisam de uma reflexão organizada”, exemplificou.

A Norte, o ministro da Saúde deu como exemplo da necessidade de planeamento o Hospital de Penafiel, que “parece ser”, disse, “insuficiente para atender toda a população”.

“Isso também acontece em Almada, no Hospital Garcia de Orta, ou no Amadora-Sintra, no Hospital Fernando Fonseca”, acrescentou.

Manuel Pizarro defendeu que “o planeamento é essencial na área da saúde” porque as questões nesta área “não se resolvem no curto espaço”: “Muitas delas precisam do médio prazo para serem resolvidas”.

“Precisamos de um estudo que enquadre tudo isto e esteja pronto durante este ano e permita ao país saber com clareza como é que a rede hospitalar vai evoluir até 2030”, sublinhou.

Regressando à possibilidade de abertura de novos espaços, o ministro da Saúde disse que estas “têm de ser dimensionadas de forma adequada em relação à expectativa de crescimento da população e das necessidades” locais.

“Mas também das mudanças da medicina. Felizmente, a medicina é hoje cada vez mais ambulatória. Podemos tratar fora dos hospitais muitas coisas que antes eram tratadas nos hospitais”, referiu.

Manuel Pizarro aproveitou, ainda, para apresentar números, apontando que “hoje em Portugal 70% da cirurgia é em regime de ambulatório” e lembrou que o Serviço Nacional de Saúde “tem um programa de hospitalização domiciliária que está em crescimento”.

“Tudo isto tem de ser avaliado porque, tendo tudo isto, também é verdade que temos hospitais que estão subdimensionados em relação à população que precisam de atender”, concluiu.

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