Governo anunciou "três anos e cinco meses depois" plano hídrico do Alentejo - PCP
O PCP criticou, hoje, o Governo por ter anunciado o Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo “três anos e cinco meses depois” de publicar o despacho que o mandava elaborar, considerado tratar-se de uma “operação de propaganda”.
Foto: Lusa
Em comunicado, a Direção Regional do Alentejo (DRA) do PCP lamenta que o Governo tenha apenas anunciado na quinta-feira, em Évora, “com pompa e circunstância”, o referido plano, após ter sido aprovado em Conselho de Ministros na generalidade, sendo agora submetido a um processo de consulta pública.
“Recorde-se que o despacho que determina a sua elaboração, datado de 13 de dezembro de 2019 e publicado em 14 de janeiro de 2020, estabelecia que as bases do plano deviam ser apresentadas aos ministros responsáveis no prazo de 90 dias”, lê-se no comunicado.
“Este anúncio trata-se no essencial de mais uma operação de propaganda do Governo PS que não ilude nem a falta de transparência e clareza nos conteúdos e, sobretudo, financiamento do plano, nem as pesadas responsabilidades do PS na sistemática recusa de medidas nesta área”, acusam no documento.
Os comunistas recordam ainda que o PS, que “acabou de eleger” o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo como “um dos pontos altos” da iniciativa “Governo mais próximo”, que decorreu no distrito de Évora, é o mesmo que “recusou”, no âmbito do processo de alteração do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), propostas do PCP para que o PRR “pudesse contemplar” recursos financeiros para a concretização do referido plano.
“Não votou favoravelmente um projeto de resolução do PCP na Assembleia da República que previa a ligação entre o Alqueva e o Monte da Rocha, ação agora anunciada como uma das grandes medidas deste plano”, acrescentam.
A DRA do PCP recorda ainda que, em outubro de 2022, o PS votou contra a proposta do PCP de elaboração de um Plano Nacional para a Prevenção Estrutural dos Efeitos da Seca e seu Acompanhamento.
“Votou (PS), no passado dia 16 de junho, contra o projeto de resolução do PCP relativo a medidas imediatas de apoio aos setores agrícola e pecuário para combate aos efeitos da seca”, lamenta.
A DRA do PCP recorda também que tem desenvolvido “ao longo dos tempos um conjunto vasto de iniciativas” sobre os recursos hídricos, desde a realização de debates a tomadas de posição e a iniciativas a nível das autarquias locais, Assembleia da República e Parlamento Europeu.
“É nesse sentido que irá continuar a agir, encontrando-se a preparar iniciativas já durante o mês de julho visando o aprofundamento e alargamento da discussão sobre a situação de seca, suas causas e consequências, e sobre as soluções estruturais necessárias”, lê-se no documento.
O Governo aprovou na quinta-feira o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo, documento que vai para discussão pública, com “cerca de 70 medidas” para reforçar a resiliência do território, num investimento total de “quase 1.000 milhões de euros”.
“O Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo diz respeito às regiões hidrográficas do Sado e Mira e do Guadiana”, afirmou em Évora o ministro do Ambiente e da Ação Climática.
Duarte Cordeiro disse que o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Alentejo resulta de um trabalho conjunto entre os ministérios do Ambiente e da Agricultura, que consagra “cerca de 70 medidas”, a implementar a curto e médio prazo, para “reforçar a resiliência do território, mas também conseguir identificar formas de poder responder ao desafio das alterações climáticas”.
Comente esta notícia
Destaques
População da Cabeça Gorda acorda sobressaltada com "balbúrdia" de operação da PJ
Alentejo: Rede criminosa desmantelada pela PJ controlava 500 imigrantes, nem todos vítimas
Abrigo noturno temporário para pessoas em situação de sem-abrigo ativado em Beja
