Segundo a FAABA “está a ser observada uma escassez generalizada na oferta de produtos e matérias-primas que estão a provocar uma escalada generalizada de aumentos de preços de que não há memória recente, e sem um fim à vista.”

No comunicado a FAABA apresenta exemplos concretos do aumento dos preços destacando o gasóleo agrícola que sofreu um agravamento de 44% entre outubro de 2020 (0,66€/l) e outubro de 2021 (0,95 €/l). Relativamente à última campanha (desta época de Outono/Inverno) os adubos utilizados nas sementeiras tiveram aumentos “absolutamente proibitivos e asfixiantes” situando-se entre 82% e 126%. Já a ureia, adubo muito utilizado e vulgarizado, sofreu um aumento de 153%. Também o preço dos agroquímicos e sementes aumentaram muito significativamente, entre os 25 e 40%.

Para a FAABA o impacto na cultura do trigo é um exemplo “paradigmático”, enquanto, que na campanha do ano passado, os encargos com a cultura rondavam os 540 €/ha, este ano as contas apontam para um valor na ordem dos 815 €/ha, o que inviabiliza esta cultura, especialmente em sequeiro.

Segundo a FAABA as culturas permanentes e de Primavera/Verão já foram afetadas na presente campanha agrícola. No caso do olival, e considerando só os combustíveis, fertilizantes e agroquímicos, ocorreu um aumento de aproximadamente 300 €/ha nos custos de produção, o que corresponde a um incremento de 13%. Se nada acontecer para contrariar esta tendência, prevê-se que na próxima campanha estes aumentos sejam superiores a 500€/ha, ou seja, um agravamento dos custos dos fatores de produção sempre superior a 20%.

A FAABA aponta também o caso das rações para animais, comparativamente a igual período do ano passado, observou-se um aumento, variando entre 10 e 25%, dependendo das características das matérias-primas incorporadas nas rações e garante que “a tendência é para aumentar ainda mais tendo em consideração o elevado preço dos cereais na presente campanha.”

A direção da FAABA “muito apreensiva” com esta situação apela aos responsáveis políticos que promovam medidas de apoio ao sector que possam minimizar esta escalada de preços, que certamente irá ter repercussão negativa nos preços dos produtos ao consumidor e termina afirmando que “ainda que sem criar alarmismos, não poderá ser descurado o eventual cenário de falta de produtos e fatores de produção para manter a normal atividade agrícola.”

 

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