A formação foi criada como resposta ao interesse manifestado por "mais de 30 antigos trabalhadores da central", encerrada em janeiro, ao Gabinete Local de Encaminhamento Social (GLES), no sentido de receber "formação técnica na área das energias renováveis", informou a empresa, em comunicado.

Trata-se da primeira de duas ações de formação que terão lugar no Serviço de Formação de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, com um total de 2.070 horas e que decorrerá ao longo de 18 meses, destinada a candidatos com o 9.º ano de escolaridade.

Após a conclusão desta primeira ação, os formandos poderão obter uma dupla certificação, nomeadamente o 12.º ano de escolaridade e referida qualificação profissional em Sistemas Solares Fotovoltaicos.

Uma segunda ação, destinada a candidatos com idade igual ou superior a 23 anos e que já possuem o 12.º de escolaridade terá lugar em data não mencionada pela EDP, contendo “apenas a componente tecnológica que permitirá obter o certificado de qualificação profissional”.

As inscrições para a formação como Técnico de Sistema Solar Fotovoltaico continuam abertas e podem ser feitas através dos Serviços de Emprego do IEFP, de forma presencial ou 'online'.

O GLES resulta de uma parceira da EDP com a Câmara Municipal de Sines e o IEFP “para dar apoio direto aos trabalhadores da central entretanto desativada, incluindo os seus agregados familiares e a restante população local”, explica e companhia elétrica portuguesa.

Trata-se de um gabinete que “apoia e encaminha para oportunidades profissionais, de formação e outras alternativas que possam gerar postos de trabalho”, para além de “prestar apoio social e psicológico” à população afetada pelo encerramento da central termoelétrica de Sines.

Desde o seu início, “já recebeu vários pedidos para realizar ações de formação como a que agora se inicia” e que constitui, segundo a EDP, “uma oportunidade de aprendizagem técnica num momento decisivo de transição energética da própria região” que procura, agora, “oportunidades e novos projetos na área das energias renováveis”.

A EDP encerrou, em 15 de janeiro deste ano, a central termoelétrica de Sines, em Setúbal, um fecho antecipado devido à deterioração das condições de mercado, e iniciou a desativação dos equipamentos e posterior desmantelamento da infraestrutura com 35 anos.

Com uma potência instalada de 1.256 MW, a central a carvão de Sines chegou a abastecer um terço da eletricidade consumida em Portugal, no início dos anos 90, e foi perdendo peso com o crescimento das energias renováveis, tendo assegurado apenas 4% do consumo elétrico em 2020, segundo dados da REN.

A central termoelétrica de Sines dava emprego a 107 trabalhadores diretos e a cerca de 400 trabalhadores indiretos, segundo informações prestadas, nessa altura, pela elétrica portuguesa.

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