Numa entrevista de fundo dada ao “O Atual”, (que pode seguir aqui) José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira desde 2009, e a cumprir o último ano do seu último mandato, refaz o percurso que conduziu o concelho à atual situação, apesar dos insistentes e reiterados alertas por parte dos agentes locais.

Recorda que por parte dos autarcas do Litoral Alentejano e também de Aljezur no Algarve, sempre houve o entendimento e a denuncia que, a manter-se o crescimento descontrolado deste tipo de explorações, a rutura social e humanitária seria inevitável.

O autarca não esconde mesmo “o amargo de boca” que sente, por não ter conseguido ao longo de todos estes anos, fazer com que os sucessivos governos e os diversos serviços com responsabilidade na administração do território, levassem em linha de conta os alertas para a necessidade de um planeamento e ordenamento do território que evitasse, a mais que expectável, situação que hoje se vive.

José Alberto Guerreiro, diz-se defensor da regionalização e lamenta a inexistência de uma cadeia de ligação entre o poder central e o poder local, que assegurasse uma mais estreita ligação com o território, afirmando que existe, desde sempre, um abandono e um desconhecimento das realidades locais, ironizando que os responsáveis centrais, esquecem, nas suas deslocações a Odemira, que gastam a maior parte do tempo disponível na deslocação.

Dizendo reconhecer a importância que este tipo de agricultura, ligada aos frutos vermelhos e às hortícolas, tem para a o concelho e para o país, José Alberto Guerreiro, diz que a mesma não pode continuar a crescer de forma desregulada, ameaçando transformar a região numa nova Almeria espanhola.

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