Este ano, a mensagem central da Campanha é clara: mesmo em tempos difíceis, garantir a dignidade é o primeiro passo para promover a autonomia e quebrar ciclos de pobreza e exclusão.

"Os dados mais recentes mostram que 2024 foi um ano particularmente desafiante, com um aumento significativo dos pedidos de apoio, registando uma subida de 53% face a 2023. Este cenário é ainda mais expressivo no que toca aos pedidos de bens de primeira necessidade, que atingiram um aumento de 62%. Após o aumento histórico de 73% nos pedidos registado em 2023, 2024 apresentou desafios acrescidos, com indicadores sociais alarmantes que agravaram as dificuldades na gestão de respostas adequadas às necessidades crescentes", divulga a Cruz Vermelha Portuguesa, em comunicado.

Segundo o Presidente da instituição, António Saraiva, “a dignidade não se limita a aliviar uma necessidade urgente, mas é o caminho para devolver às pessoas a confiança e os meios para prosperarem. É nisso que a CVP se distingue: promovemos autonomia e capacitação, garantindo que mesmo em momentos mais vulneráveis, cada pessoa possa encontrar uma nova oportunidade de reconstruir a sua vida de uma forma digna e sustentável”

Programas como o Cartão Dá CVP e o Programa Mais Feliz refletem a preocupação em manter a dignidade no centro da assistência. Em 2024, até à data, foram aplicados quase 900 mil euros em ambos os projetos.

"O Programa Mais Feliz é uma iniciativa orientada para o combate à pobreza e à exclusão social, com uma abordagem que combina respostas imediatas a necessidades básicas com soluções estruturais que promovem a autonomia e sustentabilidade dos beneficiários", explica a CVP.

"Entre os beneficiários, destacam-se as mulheres, que representaram 67% dos pedidos, sendo a faixa etária predominante entre os 50 e 59 anos. A maioria dos pedidos provém de famílias unipessoais e famílias nucleares com filhos", refere ainda.

Já o "O Cartão Dá" permite às famílias escolher os alimentos de que realmente necessitam, substituindo os tradicionais cabazes. Oferece a flexibilidade de selecionar produtos essenciais como carne, peixe, legumes e frutas, de acordo com as necessidades específicas de cada agregado, promovendo a autonomia, a liberdade de escolha e o respeito pela individualidade.