A empresa, que enfrenta uma “situação financeira particularmente exigente” provocada pela quebra contínua nas vendas e pelo aumento dos custos operacionais, declara que nenhuma decisão final foi tomada, embora esteja a avaliar alternativas que reduzam o impacto sobre editores, pontos de venda e populações.

Num território já marcado pela interioridade e pela redução da oferta de serviços, a eventual ausência de jornais assume uma dimensão crítica. Seria um golpe direto no acesso à informação e na vida cívica no Baixo Alentejo, onde a imprensa de papel ainda cumpre uma função essencial de acompanhamento da realidade nacional.

O Governo mantém reservas quanto a apoios dirigidos, com o ministro Leitão Amaro a frisar que não pretende “passar cheques a nenhuma empresa em concreto”. Sublinha, no entanto, que continuará a apostar em instrumentos transparentes e no reforço do porte pago para a imprensa regional, procurando mitigar os efeitos de um mercado profundamente desequilibrado.

Se não surgir uma solução nas próximas semanas, o risco não se limita a Beja: Évora, Portalegre, Faro, Setúbal, Castelo Branco, Guarda e Vila Real poderão igualmente enfrentar a rutura da distribuição a partir de janeiro, um cenário que deixaria vastas regiões do país sem imprensa diária pela primeira vez em democracia.

O que é a Vasp?

A Vasp – Distribuidora de Publicações é a principal empresa responsável pela distribuição de jornais e revistas em Portugal. Fundada em 1975, assegura a entrega de publicações nacionais e internacionais a pontos de venda, assinantes, estações de correio e outros canais de distribuição.
Atualmente, opera como o principal ator do setor e enfrenta graves dificuldades financeiras decorrentes da quebra acentuada na venda de imprensa e do aumento dos custos logísticos. A sua situação fragilizada tem colocado em risco a continuidade da distribuição em várias regiões do país.

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