Opinião Atual

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28 de Fevereiro de 2025, dia da desastrosa reunião entre o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy e o Presidente dos Estados Unidos, donald trump. Esta reunião, com a presença dos media, teve lugar na Sala Oval da Casa Branca e estava destinada à assinatura de um previsto acordo sobre direitos de mineração na Ucrânia, o qual, aparentemente, ainda não estaria concluído.

As imagens que circulam na Internet dizem tudo: vemos trump e vance a serem abertamente eles próprios, numa tentativa de mostrar como o poder, o dinheiro e o preconceito podem sorver a alma das pessoas. Ou de algumas pessoas, pois, no caso, o falhanço foi total: apelando aos valores da democracia e com a “sua” Ucrânia no coração, Zelenskyy resistiu e, por isso, foi expulso da Casa Branca, de onde saiu acompanhado somente de honra e de elevação.

Segundo o que foi noticiado, Keith Kellogg, enviado especial de trump para a Ucrânia e com quem os termos do acordo – sublinhe-se, não finalizado (teria ficado de acordar um dos seus itens) - terão sido previamente negociados, terá aconselhado Zelensky a não reunir desde logo com o presidente dos EUA pelo facto de lhe parecer que o relacionamento entre ambos carecia ser fortalecido. Todavia, Zelensky e a sua equipa, provavelmente movidos pela vontade de chegar a um entendimento que pusesse fim à guerra terão entendido arriscar. Demasiado crédulos. Deu no que deu.

Não sei quais serão as consequências do que aconteceu, mas receio que não sejam boas para ninguém. Assistimos a um exercício deliberado de força, de dominância, do mais forte sobre o mais fraco, algo usual para alimentar a guerra e não a Paz. Ao que tudo indica, no cumprimento de um programa para açabarcamento dos recursos da Ucrânia.

Mas o presidente dos EUA não se fica por aqui. A título de exemplo: de olho na Groenlândia desde 2019, altura em que pretendia comprar a ilha, sem sucesso, trump voltou agora novamente à carga, recusando-se a descartar o recurso à força económica ou militar para se apoderar do território. Isto gerou fortes tensões com a Dinamarca, nomeadamente nos contactos com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen; ameaçou também a saída dos EUA da NATO caso os países não reservem 5% do seu Produto Interno Bruto para a defesa e para as despesas militares (em 2014 foram fixados 2%), tornando as contribuições um ponto de discórdia nas relações transatlânticas.

Ora, este clima de pressão e de ameaça do afastamento dos EUA das alianças firmadas, mais ou menos comprometidas em documentos assinados, colocam em risco a Paz, ameaçam a Europa e as democracias ocidentais, assim como fomentam a ascensão dos domínios da China e da Rússia.

Numa posição de gradual isolamento, militarmente débil para ajudar a Ucrânia e até para sobreviver, cabe agora à Europa “tirar um coelho da cartola”. Se o conseguir fazer.

Talvez nessa altura voltemos a ver Zelenskyy vestido com um fato, algo tão importante neste contexto e, como se percebe neste pequeno vídeo divulgado pela SIC Notícias, séria preocupação dos jornalistas americanos.

 Assim vai o mundo.

https://sicnoticias.pt/mundo/2025-02-28-video-porque-e-que-nao-veste-um-fato--a-insolita-pergunta-feita-a-zelensky-na-casa-branca-42cfafc7

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