
O CHAPÉU DE MELANIA
20 de Janeiro de 2025 ou o dia em que Donald Trump oficializou a sua volta, não consecutiva, à presidência dos Estados Unidos o que, nas suas palavras, constitui a “prova de que nunca se deve acreditar que algo é impossível na América".
Com um discurso caricato e previsível, fez jus aos 4 mitos políticos do autocrata, segundo Raoul Girardet (Mitos e Mitologias Políticas, 1986): a conspiração, o salvador, a idade de ouro, a unidade.
A realidade é que Trump foi escolhido e eleito pelos americanos e, desta vez, tem o controlo republicano no Congresso norte-americano.
Face a isto, interessa-me especialmente a forma como a Europa, com manifestos défices de autonomia estratégica (segurança, defesa e política entre as grandes potências) na sua relação com os EUA, se vai posicionar. Aderir ou resistir? Talvez, como em quase tudo, a solução intermédia seja a mais prudente e a única que permita continuar a respeitar os princípios de Jean Monnet.
Resta-nos, sem dúvida, o elegante chapéu de Melania, com a assinatura de Eric Javits, a completar o conjunto de casaco e saia azul-marinho, da marca nova-iorquina Adam Lippes, escolhidos pela primeira-dama para a cerimónia: acreditem, ele consegue evitar o “kiss of the dragon”.

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